A estudante Salma al-Shehab, de 34 anos, foi condenada pelo governo da Arábia Saudita a 34 anos de prisão, por manter uma conta no Twitter, seguir e compartilhar postagens de dissidentes e ativistas. De acordo com o The Guardian, a cidadã é doutoranda na Universidade de Leeds, na Inglaterra, e passava férias em seu país natal quando foi detida.
De acordo com jornal britânico, Salma é mãe de dois filhos pequenos e teve sua sentença pronunciada em um tribunal especial terrorista algumas semanas após a visita do presidente norte-americano Joe Biden à Arábia Saudita. Na época, ativistas de direitos humanos do país árabe alertaram que o encontro diplomático poderia animar o governo a endurecer o tratamento repressivo contra ativistas da democracia.
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Quais foram as acusações?
Salma al-Shehab com sua família. (Fonte: ESOHR/Divulgação.)Fonte: ESOHR
Após traduzir os registros judiciais aos quais teve acesso, o Guardian informou que as acusações alegam que Shehab estava "ajudando aqueles que procuram causar agitação pública e desestabilizar a segurança civil e nacional, seguindo suas contas no Twitter" e retuitando suas publicações.
A princípio, Salma havia sido condenada a cumprir três anos de prisão, pelas acusações de divulgar mensagens contra o governo saudita. Porém, na segunda-feira (15), um promotor público recorreu da sentença, por achá-la branda, e pediu que o tribunal considerasse mais supostos crimes. Conforme a publicação britânica, é possível que a estudante ainda consiga um novo recurso no caso.
Uma visita ao Instagram da mulher condenada, que tem 159 seguidores, mostra que ela é "higienista dental, educadora médica, doutoranda na Universidade de Leeds e professora na Universidade Princesa Nourah bint Abdulrahman", além de mãe do Noah e do Adam. Já no Twitter, onde tem 2.597 seguidores, Shehab divulgava fotos dos filhos, notícias da covid e, esporadicamente, tweets de exilados sauditas que pediam libertação de presos políticos.
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