O site Digital Trends publicou um artigo nessa segunda-feira (17) sobre o mercado de drogas ilícitas que se instalou no Instagram e alicia jovens ao vício. A reportagem se baseia na investigação do Tech Transparency Project (TPP) — uma organização sem fins lucrativos que visa cobrar responsabilidade de grandes empresas tecnológicas —, e em depoimentos colhidos pelo jornalista Nadeem Sarwar.
O Instagram já provou os aspectos negativos que provoca na saúde mental, como seu próprio relatório interno concluiu, e seu impacto na autoestima de usuários jovens. Mesmo tendo anunciado medidas de proteção para menores de idade, a pesquisa demonstrou que não é preciso muito para atravessar as barreiras impostas pela rede, falhando em impedir que um adolescente acessasse páginas de traficantes, por exemplo.
O Instagram estaria ainda “incentivando” e ajudando a encontrar mais conteúdos parecidos. Em um dos testes, foi criado um perfil fake de um usuário menor de idade que, ao seguir uma página sobre o tema, recebeu várias indicações de contas que vendiam produtos ilícitos. Em menos de 5 minutos foi possível encontrar as contas, utilizando apenas a caixa de pesquisa.
(Fonte: Nadeem Sarwar/Digital Trends/Reprodução)Fonte: Digital Trends
Uma das descobertas da investigação aponta que a medida de tornar contas de menores de 16 anos privadas por padrão, só funciona se a mesma for criada pelo aplicativo móvel — excluindo os usuários que realizarem o cadastro pelo desktop. Essa informação foi confirmada pelo próprio CEO da rede, Adam Mosseri, em seu depoimento para o Congresso norte-americano.
Síndrome de FOMO e a falta de moderação
A Síndrome de “fear of missing out”, ou FOMO, é caracterizada pela necessidade de se sentir parte de algo, de acompanhar o que está acontecendo no mundo virtual para não “ficar de fora”. Um dos principais combustíveis para a pressão que os jovens sentem de se reafirmarem na vida virtual.
Sendo assim, considere uma geração ansiosa, depressiva, com problemas de auto-imagem, se comparando constantemente com as vidas perfeitas nas redes sociais; e uma fuga da realidade rápida, eficiente e altamente influenciável. Por fim, temos o "combo perfeito" para o vício na juventude. Mesmo que nem todos os jovens cheguem a esse ponto, a pequena porcentagem que sim — dos milhões de usuários do Instagram — já representa um número relevante.
Além de todos os problemas, ainda são levantados os pontos sobre como a moderação dos conteúdos é feita, ou não. O Facebook já foi denunciado por não investir em infraestrutura suficiente para barrar conteúdos nocivos de suas plataformas em alguns países, neste caso a Índia.
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