O Facebook eliminou a moderação de conteúdo político semanas antes da invasão do Capitólio dos Estados Unidos, no dia 6 de janeiro de 2021. Um levantamento realizado pelo The Washington Post em associação com a ProPublica aponta que 650 mil postagens questionando a vitória de Joe Biden inundaram a rede social entre os dias de eleição e posse do presidente dos EUA.
O relatório foi realizado a partir da análise de milhões de postagens diárias, documentos internos da Meta e entrevistas com ex-funcionários. A investigação conclui que o Facebook teve um papel importante para os confrontos que resultaram na morte de cinco pessoas, ao permitir uma onda crescente de desinformação.
Foram quase 10 mil mensagens por dia que repercutiram argumentos do candidato derrotado Donald Trump, como fraudes no processo eleitoral. Muitas publicações faziam referência à necessidade de uso da força e de uma “guerra civil” para garantir a continuidade do mandato de Trump. Alguns posts incitavam um confronto direto com funcionários do governo.
Durante a disputa pela presidência dos Estados Unidos em 2016, o Facebook foi utilizado por governos estrangeiros para provocar discórdia. Desde então, a rede social se comprometeu a monitorar com mais atenção durante as eleições de 2020.
Meta nega responsabilidade
Justiça dos EUA já indiciou mais de 700 pessoas por conta do ataque ao Congresso americano. (Fonte: Ted Eytan/Reprodução)Fonte: Ted Eytan/Reprodução
O porta-voz da Meta, Drew Pusateri, negou a acusação. “A noção de que a insurreição de 6 de janeiro não teria acontecido se não fosse o Facebook é absurda”, afirmou. Pusateri destaca que a responsabilidade pelo ataque é daqueles que o encorajaram, como o ex-presidente dos EUA, que esteve próximo do Capitólio no dia.
O Conselho de Supervisão da rede social solicitou uma investigação interna abrangente, mas o pedido não foi atendido. A Meta também ainda não entregou as informações solicitadas por uma Comissão Parlamentar instaurada para investigar o ataque ocorrido no dia 6 de janeiro.
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