O Twitter bloqueou, a pedido do governo indiano, as contas de cerca de 500 usuários e grupos envolvidos nos últimos protestos de agricultores na Índia, segundo relatório da Bloomberg News. Algumas contas foram excluídas permanentemente. No entanto, em um comunicado publicado nesta quarta-feira (10), a empresa disse que embora tenha retirado algumas contas a pedido do governo, não baniria jornalistas, ativistas e políticos porque isso violaria a liberdade de expressão.
“Não acreditamos que as ações que fomos orientados a realizar sejam consistentes com a lei indiana e, de acordo com nossos princípios de defesa da fala protegida e da liberdade de expressão, não tomamos nenhuma ação em relação a jornalistas, ativistas e políticos ”, de acordo com a postagem no blog do Twitter. “Fazer isso, acreditamos, violaria seu direito fundamental à liberdade de expressão sob a lei indiana", conforme a postagem. Segundo a rede social, foram bloqueadas algumas hashtags contendo conteúdo prejudicial e que poderiam provocar protestos violentos ou disseminação de fake news.
Durante os protestos, o governo indiano, liderado pelo nacionalista Nerendra Modi, exigiu que o Twitter banisse centenas de usuários. No início do mês, a empresa restringiu 250 contas no país após receber uma ordem legal de emergência do Ministério de TI da Índia. No entanto, o Twitter restaurou as contas 6 horas depois. Com o acontecimento, a rede social teria recebido um aviso de que não estava cumprindo adequadamente uma ordem legal na Índia, de acordo com a Bloomberg, o que poderia ter resultado em multa e até 7 anos de prisão para os funcionários do Twitter.
Os protestos são liderados por agricultores independentes que estão constestando novas leis para o setor. (Adnan Abidi/Reuters)Fonte: Adnan Abidi/Reuters
Os protestos
Desde janeiro, a Índia está enfrentando uma série de protestos iniciados por agricultores independentes que estão contestando as novas leis que, segundo eles, vão beneficiar apenas grandes empresas. Os agricultores que possuem poucas terras estão exigindo que as três leis sejam revogadas. Por outro lado, de acordo com o governo indiano, as normas pretendem ajudar os agricultores e consumidores, agilizando a cadeia de abastecimento. Ao todo, o Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia exigiu a proibição de mais de mil contas, mas ainda não está claro quantas foram bloqueadas permanentemente, já que algumas ainda podem ser visualizadas em outros países.
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