Um grupo LGBTQ+ de criadores de conteúdo no YouTube iniciou um processo acusando a empresa de discriminação de seu material. Segundo os autores, o site suprime seus vídeos e restringe a capacidade de monetização, aplicando políticas de maneira desigual e favorecendo produtores com audiências maiores, mesmo que o teor das publicações seja hostil e preconceituoso com relação a gays, lésbicas e outras comunidades.
A ação foi apresentada em um tribunal federal em San Jose, nos EUA, por cinco youtubers que alegam que o site implementa técnicas ilegais de regulação, distribuição e monetização de conteúdos que estigmatizam a comunidade. Os autores acreditam que os revisores humanos e os algoritmos do YouTube removem vídeos com palavras que fazem referência ao grupo, como gay, lésbica ou bissexual.
Normalmente, o software e os algoritmos do YouTube são mantidos em sigilo, levando os criadores a levantarem hipóteses a respeito da supressão de suas produções. No entanto, segundo o processo, o YouTube rotineiramente restringe conteúdo que teoricamente é permitido pelas políticas da plataforma, além de rotular vídeos destinados a comunidades LGBT visando à distribuição e à entrega dos trabalhos apenas para públicos restritos e alterar visualizações em miniatura dos vídeos que incentivariam possíveis espectadores.
Os métodos problemáticos da empresa
De acordo com o principal advogado dos autores, Peter Obstler, a discriminação alegada na ação está "embutida no modelo de negócios do YouTube". Para Obstler, a Google e o YouTube praticamente monopolizam o conteúdo online, controlando aproximadamente 95% das comunicações em forma de vídeo e, diante disso, têm o poder de aplicar políticas, incentivando ou interrompendo criadores de acordo com a base ética utilizada pela empresa.
O YouTube ainda não respondeu às alegações, mas a empresa apresenta um histórico complicado com relação ao tema. Em 2017, por exemplo, os usuários da plataforma perceberam que o modo de restrição estava bloqueando consistentemente vídeos com conteúdo LGBTQ+. O YouTube se desculpou e corrigiu a falha que aparentemente havia causado o problema no sistema.
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