Em abril deste ano, o Facebook revisou todas as suas “regras de comunidade”, com o objetivo de combater discursos de ódio, violência, spam e fake news. Outras empresas começaram a fazer o mesmo e desde maio são divulgados relatórios sobre o resultado da varredura proativa. Desta vez, tanto a companhia de Mark Zuckerberg quanto o Twitter comunicaram a remoção de contas ligadas a uma campanha coordenada de desinformação.
Rede operava com o nome de Liberty Front Press e afirmava ser uma organização de mídia independente
A firma de cibersegurança FireEye alertou o Facebook em julho que algumas atividades flagradas na plataforma seriam destinadas a promover interesses políticos iranianos, incluindo temas anti-sauditas, anti-israelenses e pró-palestinos, bem como para promover apoio a políticas específicas dos Estados Unidos favoráveis ao Irã e mensagens contra Donald Trump.
“No entanto, é importante observar que a atividade não parece ter sido especificamente projetada para influenciar as eleições de meio de ano dos Estados Unidos, pois se estende bem além do público e da política do país", disse a FireEye. A rede social levou meses para realizar a investigação, dividida em três fases. No total foram apagadas 254 páginas, 276 perfis e três grupos no Facebook. Tudo isso foi criado a partir de 2011 e também afetou 116 contas no Instagram.
Esquema da firma de segurança FireEye mostra como funcionava a organização
Uma dessas páginas tinha cerca de 813 mil seguidores e um desses perfis no Instagram era seguido por 48 mil pessoas. A rede, chamada de Liberty Front Press, afirmava ser uma organização independente de mídia iraniana, mas na verdade era afiliada à mídia estatal do país e tinha como alvo comunidades no Oriente Médio, na América Latina, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
A campanha vinda da Rússia não tinha relação com o Irã, entretanto, era conectada com a comunidade de inteligência do país e concentrava questões envolvendo a Síria e a Ucrânia.
Twitter apagou quase 300 contas
Em uma medida aparentemente relacionada, o Twitter disse que suspendeu 284 contas por “engajamento em manipulação coordendada”. "Com base em nossa análise existente, parece que muitas dessas contas são originárias do Irã."
As investigações e exclusões de páginas ressaltam os esforços de empresas de mídia social no combate de campanhas de desinformação que florescem de forma sofisticada e em escala global. O Facebook afirma que o monitoramento continua e já enviou os relatórios sobre suas descobertas aos governos dos Estados Unidos e Reino Unido.
Com o Irã está sob sanções comerciais por parte dos Estados Unidos, o Tesouro norte-americano também foi comunicado.
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