O Facebook removeu da sua plataforma uma série de pinturas do artista flamengo Peter Paul Rubens que estavam sendo utilizadas para promover o turismo em Flandres, região norte da Bélgica. De acordo com o conselho de turismo da região, imagens das obras foram removidas com a justificativa de que elas continham nudez.
Entre as pinturas excluídas estava “A Deposição da Cruz”, um dos trabalhos mais conhecidos do artista. Ela retrata o momento em que Jesus era retirado da cruz, com seu corpo sendo carregado por Nicodemos e José de Arimateia. O “problema” em questão, pelo menos para o sistema do Facebook, seria o fato de o corpo de Cristo estar parcialmente descoberto.
As pinturas de Rubens estavam sendo utilizadas em anúncios no Facebook para atrair visitantes interessados em conhecer os museus de Flandres, o que levou o órgão de turismo em questão a usar o humor como protesto. Em um vídeo gravado na Rubenshuis, antiga casa do pintor que hoje é um museu na cidade da Antuérpia, um grupo de seguranças impedia as pessoas que diziam ter contas em redes sociais de ver quadros com algum tipo de nudez.
Uma rede de museus e instituições culturais da região também se uniu para assinar uma carta direcionada a Mark Zuckerberg, fundador e diretor-executivo do Facebook. No documento, elas pedem que o responsável pela rede social encontre uma solução para esse problema, afirmando que “a arte une as pessoas, assim como as mídias sociais”.
Essa não é a primeira e provavelmente não será a última vez que o Facebook é criticado por um conteúdo que é removido sob justificativa de conter nudez. Esse problema já envolveu uma estátua do deus Netuno, uma escultura do período Paleolítico, uma fotografia retratando vítimas da Guerra do Vietnã e a clássica pintura “A Origem do Mundo”, feita no século 19.
Em praticamente todos os casos citados, a rede social acabou reconhecendo o erro e restaurando as publicações das páginas. No entanto, como a situação do museu de Flandres envolve anúncios, ponto no qual o Facebook costuma ser mais rígido, é possível que o desfecho seja diferente. Até o momento da publicação desta notícia, o Facebook ainda não tinha se pronunciado sobre o assunto.
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