Nos últimos meses, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, já depôs em comissões do Congresso dos Estados Unidos e ao Parlamento Europeu, em decorrência do escândalo causado pelas revelações da utilização de dados de usuários da rede social por parte da Cambridge Analytica. Desde que veio à público que a consultoria política teve acesso, sem autorização, a informações de 87 milhões de americanos e europeus, o empresário tem dado explicações em diversas instâncias e a empresa tem implementado ferramentas para tentar minimizar os problemas que pode acarretar. Agora é a vez de parlamentares da Rússia decidirem convocar Zuckerberg para prestar esclarecimentos.
De acordo com The Moscow Times, um senador propôs a convocação de Zuckerberg durante a sessão parlamentar da última quarta-feira. A Presidente da Câmara Alta, Valentina Matviyenko, respondeu que poderia expedir um mandato e organizar a chegada do empresário. O objetivo é que o fundador do Facebook preste esclarecimentos sobre privacidade, segurança da informação e “disseminação de conteúdo nocivo”.
Um dos senadores questionou o convite para que Zuckerberg deponha ao Parlamento russo, alegando que ele é “russofóbico”. A resposta da presidente Matviyenko foi: “Por que o Soviete da Federação [a Câmara Alta russa] não deveria dialogar com ele e ouvi-lo sobre suas declarações russofóbicas?”.
A questão é que, nos últimos meses, o Facebook tem reconhecido a influência da Rússia no discurso político, inclusive em disputas eleitorais. Foram apresentados ao Congresso americano exemplos de anúncios políticos voltados ao público do país, mas com financiamento proveniente da Rússia. Além disso, a empresa suspendeu páginas e contas vinculadas a uma agência de desinformação russa, responsáveis por disseminar conteúdo falso.
O Facebook ainda não se pronunciou sobre a resposta de Zuckerberg à possível intimação.
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