Parece que todas as possíveis confusões do Facebook decidiram surgir neste mês de março. Depois do escândalo de coleta de dados, agora o problema está em um memorando enviado pelo Vice-presidente da companhia para os funcionários no ano de 2016. Neste documento, Andrew Bosworth falava sobre estratégias de crescimento (ele liderava "crescimento e aquisição" na época) da rede social.
Até aí nada errado, mas o vazamento conseguido pelo BuzzFeed News está causando bastante burburinho porque diz que "pode ser que alguém morra". A frase solta parece um pouco sem sentido, mas no contexto fica mais fácil entender.
"Nós conectamos pessoas. Isso pode ser positivo. Alguém pode encontrar um amor; talvez um suicida pode ter sua vida salva; conectamos mais pessoas. Isso pode ser negativo: isso pode custar a vida de alguém exposto a bullies; alguém pode morrer num ataque terrorista organizado com nossas ferramentas. Nós conectamos pessoas. É por isso que tudo o que fazemos no crescimento é justificado."
isso pode custar a vida de alguém exposto a bullies; alguém pode morrer num ataque terrorista organizado com nossas ferramentas
Há ainda outra frase polêmica: "Isso justifica até as práticas questionáveis de importação de contatos". Em resumo, o executivo diz que o Facebook foi criado para juntar pessoas, mesmo que isso aconteça de uma "maneira feia".
My statement on the recent Buzzfeed story containing a post I wrote in 2016 pic.twitter.com/lmzDMcrjv5
— Boz (@boztank) 29 de março de 2018
Pelo Twitter, ele se justificou dizendo que isso não reflete a real visão da equipe, mas seria somente uma forma provocativa de mostrar à companhia qual o papel da equipe de crescimento. Para o BuzzFeed, até mesmo Mark Zuckerberg falou: "Isso é algo que a maioria das pessoas no Facebook (inclusive eu) discordamos fortemente. Nunca acreditamos que os fins justificam os meios".
Para o Verge, alguns funcionários do Facebook afirmam que esse memorando foi recebido com reações negativas na empresa. Ao mesmo tempo, há quem critique os responsáveis pelo vazamento, chamando essas pessoas de "sabotadores".
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