Em meio ao lamaçal de conteúdo tóxico e fake news, companhias se veem cada vez mais perto de decisões abruptas quanto ao Facebook. A Folha de SP, por exemplo, foi o primeiro veículo de mídia que abandonou a rede social. Agora, a gigantesca Unilever, já deu a letra que pode parar de anunciar no Facebook por causa do conteúdo tóxico.
A Unilever gasta US$ 9 bilhões (R$ 29 bilhões) anualmente em propaganda
"É algo crítico que nossas marcas continuem não apenas em um ambiente saudável, mas um ambiente que faça sentido. A Unilever, como anunciante confiável, não quer anunciar em plataformas que não contribuam positivamente para a sociedade". Este trecho foi retirado do texto que será lido por Keith Weed, CMO da Unilever, durante o Interactive Advertising Bureau, que acontece ainda hoje (15), segundo o TechCrunch.
Uma saída da Unilever do Facebook pode significar uma boa fatia de dinheiro indo embora da rede social. Só para termos de noção: a Unilever gasta US$ 9 bilhões (R$ 29 bilhões) anualmente em propaganda.
A tendência ainda foi destacada pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, notando que as plataformas estão sendo usadas para "facilitar o abuso infantil, a escravidão moderna e espalhar conteúdo terrorista ou conteúdo extremista".
O Facebook comentou que a rede social dá total suporte aos comprometimentos da Unilever"'
Entre os tópicos que serão abordados pela Unilever, no que toca o Facebook, estão as fake news (notícias falsas), as práticas fraudulentas e a influência da Rússia nos eleitores norte-americanos.
"2018 é o ano da 'techlash', onde o mundo se vira para os gigantes da tecnologia — e já estamos vendo algo assim — ou o ano da confiança. O ano em que reconstruímos coletivamente a confiança nos nossos sistemas e em nossa sociedade", comentará Weed.
Um porta-voz do Facebook comentou que a rede social "dá total suporte aos comprometimentos da Unilever" e que estão "trabalhando juntos" sobre o caso.
A Unilever ainda deixou claro que vai seguir três pontos primordiais em redes sociais para 2018
- Não investir em "plataformas ou ambientes que não protejam nossos filhos, ou que criem divisão na sociedade e promovam o ódio", priorizando "investir apenas em plataformas responsáveis que se comprometam a criar um impacto positivo na sociedade";
- Seguir empenhada em criar "conteúdo responsável" — com foco inicial na abordagem de estereótipos de gênero na publicidade;
- Pressionar a criação de uma "infraestrutura responsável" ao somente firmar parcerias com organizações que estejam "empenhadas em criar uma melhor infraestrutura digital, melhorando a experiência do consumidor"
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