Em janeiro, foi anunciado que terá fim a assistente “M” que funcionava com inteligência artificial dando sugestões e auxiliando nas conversas via chat, no Facebook. A ferramenta foi considerada um experimento para desenvolver melhor essa ideia, que pretende voltar em um formato com muito mais personalidade e capacidade de comunicação.
A “M” funcionava dando sugestões no meio da conversa; por exemplo, se era mencionado um local de encontro, ela aparecia no chat perguntando se o usuário gostaria que ela fizesse uma reserva. Basicamente, era mais usada para evitar um telefonema, em algumas situações específicas. O alcance dessa ferramenta não foi amplo, mas serviu para evidenciar de que maneira as pessoas estão dispostas a usar a tecnologia.
Uma das características sendo trabalhadas é a capacidade dos robôs de conversar amenidades, para um resultado de diálogo mais natural. Os pesquisadores do Facebook notaram que esses assistentes não têm ainda uma personalidade forte. Dizem sempre as mesmas coisas sobre si mesmos, não são capazes de usar conversações anteriores como referencial e, com frequência, respondem a perguntas que não compreendem com respostas do tipo: “Eu não sei”.
Em uma pesquisa sobre IA, o Facebook menciona que a conversação entre pessoas e máquinas ainda está “em sua infância”. Para melhorar essa tecnologia, os robôs agora não serão programados com uma série de perguntas e respostas, mas estarão aptos a identificar padrões em uma escala maior de dados. Assim, a rede social preparou seu próprio banco de dados para treinar os robôs.
Esse conjunto de dados se chama Persona-Chat e consiste em mais de 160 mil linhas de diálogo para desenvolvimento da inteligência artificial. O interessante sobre o Persona-Chat é que as conversas não são aleatórias. Para alcançar o objetivo de dar personalidade ao assistente, os participantes projetaram seu próprio personagem para orientar seus diálogos.
Assim, cada um utilizou cinco frases biográficas para serem aplicadas como tópicos de conversação. Um exemplo apresentado no estudo é uma persona baseada em torno das seguintes declarações: "Eu sou um artista. Eu tenho quatro filhos. Eu ganhei recentemente um gato. Eu gosto de caminhar para me exercitar. Eu adoro assistir à série 'Game of Thrones'".
Assim se desenha uma nova tendência para os assistentes com inteligência artificial. Para que sejam capazes de engajar em uma conversa, eles mesmos precisarão ter preferências e particularidades, levando em conta que a tal personalidade das máquinas deverá agradar ao público em geral.
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