Depois de fazer um tour em realidade virtual por uma Porto Rico devastada após a passagem do furacão Maria, Mark Zuckerberg pediu desculpa pela proposta um tanto quanto insensível para promover o Facebook Spaces, a ferramenta de VR da rede social. Ontem (10), ele realizou uma transmissão ao vivo, com direito a avatar cartunizado e tudo mais, passeando pelos cenários destruídos do país caribenho.
Muitas pessoas se revoltaram com a insensibilidade e acusaram Zuckerberg de ser um “bilionário sem coração” e de tentar usar a tragédia porto-riquenha para se promover, entre outras coisas. Ontem mesmo, entretanto, o criador do Facebook percebeu o equívoco que havia cometido e pediu desculpas. Respondendo ao comentário de um utilizador da rede social, ele afirmou que a sua intenção era apenas alertas as pessoas sobre os potenciais positivos da realidade virtual.
“Uma das características mais poderosas da VR é a empatia”, escreveu. “Meu objetivo aqui era mostrar como a VR pode aumentar a conscientização e nos ajudar a ver o que acontece em diferentes partes do mundo. Eu também queria compartilhar as notícias de nossa parceria com a Cruz Vermelha par ajudar na recuperação [de Porto Rico]. Lendo alguns comentários, percebi que isso não ficou claro e peço desculpas a todos a quem isso ofendeu.”
Vacilou, Zuck.
Apesar das desculpas, não fica claro se Zuckerberg compreendeu de fato a raiz da indignação de muita gente. O grande ponto aqui é propor uma espécie de turismo virtual em um ambiente atingido por uma tragédia que matou 16 pessoas e deixou boa parte do país de 3,4 milhões de habitantes sem luz e água potável e com difícil acesso a comida e gasolina.
Talvez aí esteja a questão básica da realidade virtual nestes casos: ser capaz de lidar com essas nuances de forma respeitosa e sem expor (ou explorar comercialmente) as desventuras de uma população inteira.
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