Ainda que as nossas vidas nunca tenham sido tão conectadas quanto são hoje em dia, a maior parte das pessoas costuma sentir que nossa obsessão pelos dispositivos que carregamos para todos os lados e pelos nossos números de curtidas e seguidores também nos tornam mais isolados do que nunca. De acordo com Orkut Buyukkokten, criador da famosa rede social que levou seu nome, os smartphones realmente parecem deixar todos mais infelizes, mas isso não precisa ser a realidade.
Segundo ele, a tecnologia pode sim ser usada para tornar as amizades mais fáceis e verdadeiras, mas a maioria de nós simplesmente não encontrou o app certo para isso por enquanto. “Se você olhar para a humanidade, ela é uma rede complexa com 7,4 bilhões de indivíduos. Temos uma necessidade tão grande de nos conectar e fazer isso está cada vez mais difícil, mesmo que existam muitas tecnologias que deveriam tornar isso mais fácil”, pontua.
Para Orkut Buyukkokten, as redes sociais atuais geram obsessão pelo número de likes ou amigos
Para Buyukkokten, o problema é a forma como as redes sociais atuais funcionam, reduzindo a vida de cada um de nós a uma espécie de seleção de “melhores momentos” em vez de nos encorajar a ser autênticos uns com os outros. “Eu posso ter dois amigos que estão prestes a se divorciar, mas postam uma foto no Facebook em que estão felizes fazendo um piquenique. Eu sei que não é a realidade, mas todos que verem [a imagem] pensam que é”, explica.
Você sem filtros
O segredo para ganhar a confiança dos outros é compartilhar nosso 'eu verdadeiro'
O criador do Orkut afirma que o segredo para fazer as outras pessoas confiar em nós é compartilhar nosso “eu verdadeiro” e ressalta que é somente assim que podemos “dissolver os muros que nos separam”. Foi o que ele tentou fazer com o Orkut, mas a rede social não estava pronta para se expandir para o mundo todo quando foi lançada e acabou só fazendo sucesso em países como o Brasil e a Estônia.
Foi com esse desejo de criar uma nova forma de interação entre as pessoas em mente que Buyukkokten criou sua nova rede social, o Hello, onde o foco não está em números de curtidas e quantidade de amigos. "No melhor cenário, eu gostaria de entrar num bar ou num café e que o meu dispositivo inteligente, seja ele meu relógio, meu telefone, meu cinto ou meus óculos dissessem para mim: 'essas são as pessoas que você deve conhecer e interagir'", diz.
Uma rede social que estimule a confiança entre as pessoas poderia realmente nos aproximar uns dos outros, diz o criador do Orkut
"Eu acredito que a busca por pessoas que nos entendam é um problema mais importante do que a mais avançada questão de astrofísica. Nosso desejo por companhia é o que nos motiva a acordar pela manhã", conclui.
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