O Tinder registra todos os dias no Brasil cerca de 7 milhões de “matches” – quando duas pessoas demonstram interesse mútuo entre si. Recentemente, tornou-se uma rede social bastante popular entre pessoas solteiras (e algumas nem tanto) que estão em busca de pessoas que tenham interesses em comum para possíveis relacionamentos amorosos ou de amizade.
Sendo assim, nada mais comum do que uma pessoa solteira que usa o Tinder como ferramenta para conhecer gente nova, certo? Talvez nem tanto quando se trata de uma vereadora da cidade de Curitiba, que causou certo "espanto" entre seus colegas de Câmara ao revelar seu perfil nessa rede social, conforme noticiou a Gazeta do Povo.
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Cuidando da vida dos outros
Ao ser questionada pelo veículo de imprensa sobre a repercussão que o fato gerou, ou seja, sobre toda a fofoca entre os engravatados do legislativo municipal, a vereadora reagiu com bom humor e confirmou sem maiores problemas o fato, inclusive revelando a foto que utiliza no perfil do Tinder: uma imagem oficial de si mesma trabalhando na Câmara Municipal de Curitiba.
As redes sociais são uma tendência, fazem parte do cotidiano e facilitam a vida da gente. Existe uma multidão na cidade que é solteira e tem uma vida
“As redes sociais são uma tendência, fazem parte do cotidiano e facilitam a vida da gente. Existe uma multidão na cidade que é solteira e tem uma vida”, disse Carla. “Antes de ser vereadora, eu sou uma pessoa comum. É preciso procurar o seu caminho sem tabu, sem vergonha”.
Perfil de Carla Pimentel no Tinder
Machismo em todas as esferas
A reação dos colegas de Câmara da vereadora Carla Pimentel é um retrato bastante fiel da presença majoritariamente masculina no cenário político do Brasil. Algumas poucas mulheres já ocupam seus devidos lugares nas esferas legislativas, judiciárias e executivas, mas será que elas realmente são tratadas com igualdade diante dos homens? Toda a fofoca em torno do Tinder da vereadora curitibana mostra claramente que não.
A reação dos colegas de Câmara da vereadora Carla Pimentel é um retrato bastante fiel da presença majoritariamente masculina no cenário político do Brasil
Na última semana de maio, o deputado federal João Rodrigues, do PSD de Santa Catarina, foi flagrado assistindo a um vídeo pornô em seu smartphone durante a votação da reforma política. No fim de março, prints de conversas no WhatsApp de um grupo que reúne servidores da Câmara dos Deputados mostraram uma garota de programa identificada como visitante da Casa se relacionando com um homem não identificado dentro do banheiro.
Casos como esse, que, além de serem imorais no âmbito profissional dos deputados, aconteceram durante todo o turbilhão político pelo qual o Brasil vem passando, ganharam pouca cobertura da mídia e acabaram sem solução, varridos para debaixo do tapete. Enquanto isso, uma vereadora que utiliza o Tinder em sua vida pessoal gera assunto suficiente para que ela seja questionada sobre aquilo que faz.
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