Se você está entre os milhões de fãs brasileiros do VK, o famoso “Orkut russo”, lamentamos informar que a rede social pode não durar muito mais tempo. De acordo com o TorrentFreak, o serviço pode ser bloqueado permanentemente pelo governo russo, devido à quantidade excessiva de pirataria presente no site – e acima de tudo, pela falta de ação da empresa em retirar do ar esse conteúdo não autorizado.
A ação foi tomada pela AZAPO, uma associação russa dedicada à proteção de direitos autorais, representando diversas publicadoras de livros. No momento, a queixa envolve apenas um título: o livro “Residente”, de Zahara Pripelina, foi o único entre vários títulos publicados ilegalmente no VK que não foram tirados do ar assim que ocorreram as reclamações sobre a pirataria.
Reclamações com relação à falta de ação do VK não são novidade, de fato. Vários órgãos pelo mundo criticam frequentemente a postura pouco ativa da rede social (para dizer o mínimo) com relação à pirataria. Essa é a primeira vez, no entanto, que uma queixa foi feita diretamente na corte judicial de Moscou – e eles, por sua vez, têm poder de ordenar o bloqueio completo e permanente do site.
“Nós acumulamos um bocado de história com o vKontakte, incluindo experiências negativas”, contou Maxim Ryabyko, diretor-geral da AZAPO. “Nós decidimos apelar para a Corte da Cidade de Moscou, visto que queixas preenchidas com a Corte de Arbitração de São Petersburgo são longas e caras, e o procedimento não é exatamente claro para nós”, continuou ele, explicando que reclamações já haviam sido feitas em outra região anteriormente.
Além da disputa nos tribunais
As críticas quanto à corte de São Petersburgo não vêm sem motivo. Aparentemente, as queixas contra o VK nunca chegaram à corte de Moscou anteriormente porque, segundo rumores, um dos órgãos responsáveis pelas operadoras de telecomunicação havia pedido ao governo que o processo não fosse para frente.
Da mesma forma, o VK afirma que a postura da AZAPO não vem simplesmente com o objetivo de trazer justiça para suas publicadoras e bloquear a rede social, mas sim forçá-los a tomar uma postura mais vantajosa para as empresas que ela representa.
“No lugar de uma conversa construtiva, nós vemos acusações legais impostas. O verdadeiro alvo do queixoso, em nossa opinião, não é proteger seus direitos, mas colocar pressão no vKontakte”, contou Evgeny Krasnikov, porta-voz do VK.
“Obviamente, apenas um diálogo aberto sobre os modelos e métodos para monetizar o conteúdos para os detentores dos direitos vai ajudar no desenvolvimento do mercado de conteúdo legal na Rússia. Nós temos tido tal comunicação com os maiores distribuidores de livros locais.”
Enquanto os dois lados fazem uma série de acusações pesadas um contra o outro, resta a nós esperar para ver como o caso será resolvido.
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