A tecnologia permitiu que a vida dos estudantes melhorasse significativamente nos últimos anos. É comum, por exemplo, que muitos deles utilizem o celular para fazer consultas rápidas ou clicar a lousa, poupando um bom tempo de tomada de notas. E os professores, como ficam nessa? Aparentemente, eles também estão se aproveitando das novidades tecnológicas e indo muito além dos projetores interativos. É o caso de um educador chinês que está usando um sistema de reconhecimento facial para determinar o interesse dos seus pupilos na aula.
Calma, ele não está fazendo isso para distribuir broncas ou manter linha dura para cima do pessoal. A ideia de Wei Xiaoyong, professor de Ciências da Universidade de Sichuan, ao adotar esse sistema é, na verdade, bem nobre: mantê-los interessados no aprendizado. Sabe quando dizem que os jovens são muito dispersos durante as aulas e acabam preferindo copiar artigos na Wikipédia quando os prazos para os trabalhos apertam? Para o professor, parte disso pode ser resolvido ao avaliar a concentração da sua “plateia” no tema.
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Software analisa tudo em tempo real
Não é raro, por exemplo, que alguns educadores acabem engatando monólogos intermináveis ao tentar explicar algum assunto e desconsiderem completamente o engajamento dos estudantes. Como poucos alunos têm coragem para interromper o mestre e dizer que a aula está chata – principalmente nas nações asiáticas –, Xiaoyong desenvolveu um mecanismo que lê continuamente a expressão de cada pessoa e, conforme a variação em suas feições, diz se ela está entediada ou não.
Com esse tipo de informação, o professor pode fazer ajustes em tempo real para não deixar que sua sala perca o interesse na apresentação. Claro que o sistema não é à prova de falhas, já que um indivíduo naturalmente sisudo ou com a cara fechada pode acabar rendendo alguns alarmes falsos no software. Independentemente disso, o projeto de Xiaoyong parece estar fazendo sucesso, já que outras universidades chinesas se mostraram interessadas em receber a tecnologia e realizar testes locais.
Até onde isso pode ir?
Xiaoyong acredita que a ideia pode ser expandida para outros setores
Mesmo que seja uma ideia bacana no papel, não é difícil imaginar que um educador mais rígido acabe usando o brinquedinho para criar um clima ainda mais opressivo na instituição de ensino. Além disso, não é difícil imaginar que, mesmo atentando contra a privacidade das pessoas, esse sistema acabe indo parar nas mãos de donos de fábrica ou para avaliar a atenção e a performance de funcionários em tarefas mais mecânicas ou que exijam um alto engajamento.
Você conseguiria trabalhar direito com uma câmera avaliando cada uma de suas expressões no escritório ou acha que há um limite de até onde a tecnologia pode ir na hora de “medir” os humanos? Deixe a sua opinião mais abaixo, na seção de comentários.
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