Se você é um dos que está aguardando ansiosamente pelos lançamentos dos primeiros aparelhos de realidade virtual e pretende adquirir um assim que possível, prepare-se: a NVIDIA, a maior fabricante de VGAs e chipsets gráficos do mundo, afirmou que os games em VR exigirão uma máquina até sete vezes mais potente que os jogos convencionais para rodar de forma apropriada.
Com isso, a estimativa da empresa é de que "apenas" 13 milhões de computadores sejam capazes de processar a tecnologia da forma apropriada – um número que sobre para 25 milhões se for feito o uso do software Gameworks VR da empresa, que torna o processamento mais eficiente.
Os números indicam que o mercado da realidade virtual pode ter um início relativamente lento – pelo menos nos PCs, já que o PlayStation VR da Sony será compatível com o PS4. Isso não significa, no entanto, que a comunidade voltada para a função seja pequena: segundo Jason Paul, gerente da NVIDIA para as áreas de games, VR e também do Shield, a companhia já está em contato com 600 outras empresas que trabalham atualmente em projetos que utilizam a realidade virtual.
A necessidade por trás do VR
Jason explicou, em uma entrevista recente para o site GamesBeat, que, por mais que o potencial do VR seja enorme, os desafios também são. Isso porque existe uma grande demanda gráfica decorrente da forma como os aparelhos de realidade virtual são estruturados.
Como os gamers sabem, uma experiência ótima em termos gráficos significa rodar um jogo em uma resolução alta (preferencialmente 1080p) com taxa de frames por segundo sempre acima de 30 – pelo menos, já que o ideal é igual ou acima de 60 fps.
Lentes dos equipamentos de VR são equivalentes a dois monitores com resoluções e taxa de quadros maiores
Nos aparelhos de VR, como o Oculus Rift, as telas funcionam como dois monitores com uma resolução 2K e, apesar de rodarem a 60 frames por segundo, o recomendado é que esse número seja entre 90 e 120 para eliminar (ou pelo menos amenizar) os impactos físicos da experiência – náuseas, dores de cabeça e perda de noção espacial temporária. Além disso, a movimentação toda deve ser atualizada em menos de 20 milissegundos.
O conjunto de resolução e taxa de frames faz com que a demanda bruta por renderização da realidade virtual em relação aos jogos convencionais seja sete vezes maior.
Preparando o terreno
O gerente antecipa que a NVIDIA já está trabalhando para diminuir essa diferença, atuando em três áreas principais: a criação de GPUs mais rápidas, a criação de hardware arquitetado especificamente para a realidade virtual e o desenvolvimento de softwares, como o Gameworks VR, que otimizam o processamento e renderização nesse tipo específico de jogos.
Outro aspecto importante é que o kit de desenvolvimento de software oferecido pela empresa traz ferramentas valiosas para aqueles que estão trabalhando com a realidade virtual. Isso porque existe uma estrutura ótica bastante específica quando se trata de aparelhos VR, em função das lentes.
As imagens precisam ser renderizadas de uma forma que parece distorcida, mas que ajuda a dar profundidade e também permite que o olho trabalhe de forma "natural" com o ambiente virtual.
Jason diz que uma configuração gráfica adequada para considerar um PC pronto para VR consiste em uma máquina equipada com, no mínimo, uma placa do modelo GTX 970. Para quem vai começar a montagem do zero, os computadores recomendados têm configurações que começam em torno de US$ 1 mil (aproximadamente R$ 4 mil).
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