Para muitos, os óculos de realidade virtual seguiriam o mesmo caminho de projetos como o do Google Glass, que não correspondeu às expectativas e está passando por uma reformulação. Porém, o tempo parece estar fazendo bem ao desenvolvimento VR, com cada vez mais opções de dispositivos surgindo no mercado – aperfeiçoando ou incluindo recursos. Apesar de o propósito inicial do sistema ser levar os jogos 3D a um novo patamar, é outra categoria que parece estar explorando as possibilidades da tecnologia: a indústria pornográfica.
Ok, com a entrada da Valve na jogada, criando o RE Vive junto da HTC, e aposta pesada de outros estúdios no setor, o mundo gamer parece estar avançando na utilização do recurso, mas os produtores de conteúdo adulto estão botando a mão da massa com mais velocidade. Com a promessa de mudar a forma como as pessoas consomem a pornografia, o chamado pornô VR quer quebrar barreiras, aperfeiçoar a tecnologia e tornar a experiência de assistir à um vídeo do tema algo especialmente imersivo – além de bem mais picante.
O mercado adulto tem um histórico de estar sempre envolvido com novas tecnologias. Por um lado, o setor ajuda a popularizar novos formato de consumo de mídia, e, por outro, ele mesmo se beneficia dos recursos adicionais. Os aparelhos VHS e suas fitas, por exemplo, possibilitaram que os mais safadinhos pudessem ter seu momento de “lazer” de forma privada, com um acesso ainda mais rápido ao conteúdo através da internet e uma praticidade sem precedentes com os celulares – sim, estamos falando daquele seu grupinho de WhatsApp.
Andando de mãos dadas e vencendo desafios
Assim, não é de se estranhar que a realidade virtual tome o mesmo caminho. Um dos principais “advogados” da plataforma é o site VRTube.XXX, que ficou cerca de um ano em desenvolvimento até ser lançado no mês passado. Encabeçado pela atriz pornô Ela Darling, a página já oferece um quarto virtual no qual os clientes podem interagir com parceiros holográficos em uma diversidade de situações. Atualmente, o serviço só dispõe de moças para satisfazer os consumidores, mas a expectativa para o futuro é ampliar o atendimento.
Concorrentes como o Virtual Real Porn já oferecem a companhia de rapazes digitais, o que mostra que o mercado apoiado na realidade virtual tende a ser tão abrangente como o das mídias tradicionais. O empenho dessas empresas em desbravar o recurso fica evidente pelo modo como elas encaram os desafios durante a produção de seus filmes. A utilização de um capacete com múltiplas GoPro, por exemplo, se mostrou acertada em um primeiro momento, fazendo uma ótima captação da cena em 360º.
Porém, com o tempo, percebeu-se que o efeito de imersão era quebrado durante as tomadas mais próximas e closes, fazendo com que a solução encontrada fosse apelar para uma câmera estereoscópica ao estilo Kinect, do Xbox One. Além da preocupação com o equipamento, a equipe de produção também precisa ficar atenta ao modo como as tomadas são feitas durante as filmagens, para evitar uma experiência estranha ou desorientadora para os usuários – algo que também preocupa o mercado de games.
Não é leve, mas pode valer a pena
Outro empecilho enfrentado tem sido o tamanho dos arquivos para que os consumidores tenham acesso ao material VR. No caso no VRTube.XXX, a demo gratuita de seus serviços exige um download de cerca de 3,8 GB – nada leve para um setor dependente de streaming. A transferência massiva de dados, porém, não parece ser algo problemático o suficiente para negar o principal apelo da tecnologia: se sentir dentro das cenas de sexo. “Você pode olhar ao redor, ver o ambiente. [...] Essa imersão é o fator mais importante”, acredita Darling.
Ai, que susto!
Ainda é cedo para dizer até onde a indústria pornográfica pode levar a tecnologia, mas há especulações de produções interativas e até com adição de sensores adicionais, para completar a experiência de forma única. Se tiver interesse de conhecer um pouco mais sobre o assunto não esqueça de ver como algumas pessoas reagiram ao ver o pornô VR pela primeira vez e também como os idosos lidaram com a situação. Pela reação de alguns deles, dá para especular que tornar tudo real demais também causa uma certa estranheza.
E você, o que achou da utilização do recurso na indústria de filmes adultos? Pretende dar uma olhadinha quando possível ou vai preferir passar longe dessa vez? Deixe sua opinião mais abaixo, na seção de comentários.
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