Quem nunca teve problemas na hora de tirar aquele finzinho do frasco de ketchup e mostarda? Pois é, a esposa do professor do MIT Kripa K. Varanasi passou por uma situação semelhante com o pote de mel que tinha em casa. Mas, enquanto nós nos limitamos a amaldiçoar o resto que ficou lá, ele resolveu encontrar uma solução digna para o problema – o que ele acabou por fazer em apenas um fim de semana.
A resposta veio na forma do LiquiGlide, um material que, quando espalhado no interior de um invólucro, serve como um lubrificante para o líquido que for guardado dentro dele. O resultado é muito semelhante ao de quando um líquido entra em contato com um produto hidrofóbico (embora não chegue a ser considerado um material hidrofóbico propriamente dito), como no caso do NeverWet – mas com um maior tempo de duração.
Se você duvida, basta conferir o vídeo no início da matéria ou o registro logo abaixo. Como a comparação deixa bem claro, a diferença é absurda: pouco do líquido sobra no recipiente com o LiquiGlide aplicado, enquanto o outro deixa toda a superfície do invólucro suja. E não faltam exemplos para isso, já que o canal oficial do produto no Vimeo está cheio deles.
De acordo com o The Wall Street Journal, o LiquiGlide funciona porque seu material se gruda com muito mais facilidade em superfícies sólidas do que em líquidos. O único desafio, porém, é que os ingredientes necessários podem mudar, de acordo com o material que será armazenado – o LiquiGlide seria adaptado especialmente para o caso de alimentos, tendo sua composição derivada de materiais comestíveis. Os ingredientes em si, no entanto, são um mistério da companhia, é claro.
Do ketchup ao petróleo
Não é preciso dizer que as aplicações para isso são enormes. Além dos casos citados acima, praticamente qualquer produto líquido que venha em um recipiente pode receber o LiquiGlide para sair com maior facilidade, de produtos alimentícios a latas de tinta.
Certas empresas, inclusive, já estão fazendo acordos com Varanasi para fazer exatamente isso, como é o caso da fabricante de cola norte-americana Elmer Products, de um pote de maionese que será lançado ainda neste ano e uma embalagem de pasta de dente econômica que deve chegar em 2017.
Varanasi, por sua vez, sugere usos ainda mais interessantes para a indústria. Revestir oleodutos, que transportam petróleo e outros líquidos de um país para outro, diminuiria a fricção de mover o material – o que significa um gasto menor em bombas para mover os líquidos.
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