Não é segredo para ninguém que uma das maiores fontes de renda na internet é a veiculação de propagandas dos tipos mais variados, seja em vídeos, no meio de notícias ou artigos escritos, em galerias de fotos, em jogos, nas redes sociais e muito mais. Porém, em um dado momento, o excesso de publicidade acabou incomodando os usuários, que foram em busca de uma saída para não mais serem expostos a tantos comerciais.
O programa chamado Acceptable Ads libera algumas propagandas em troca de pagamento.
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Foi quando surgiram os bloqueadores de publicidade conhecidos como adblockers. Entre eles, o mais popular é o Adblock Plus, da empresa EyeO, uma extensão para navegador que conquistou milhões de usuários por bloquear todo tipo de propaganda que não estivéssemos afim de ver. No entanto, isso acabou sendo um problema para quem dependia tanto de exibir publicidade quanto de abrir esse espaço para ter uma renda com a veiculação de comerciais.
Anúncios aceitáveis
Assim, a empresa responsável pelo Adblock Plus lançou um programa chamado Acceptable Ads, algo como “Anúncios Aceitáveis” em português, que libera algumas propagandas em troca de um pagamento gordo para conseguir monetizar sua versão gratuita. Não é nenhuma novidade que empresas massivas como a Google, a Amazon e a Microsoft gastem centenas de milhares de dólares anualmente com adblockers para que eles façam o oposto do que deveriam: mostrar publicidade.
Os responsáveis pelo Adblock Plus afirmaram não estar por trás da compra do AdBlock for Chrome.
Um outro bloqueador de publicidade, o AdBlock for Chrome, adotou – não sem causar certa controvérsia – um sistema similar para liberar algumas propagandas em troca de pagamento assim que foi vendido para uma empresa misteriosa por um valor também desconhecido. Os responsáveis pelo Adblock Plus afirmaram não estar por trás da compra do AdBlock for Chrome, apesar de a ação ter levado involuntariamente mais de cerca de 40 milhões de usuários para um programa idêntico ao Acceptable Ads.
Ampliando o alcance dos (des)bloqueadores
Muito popular no iPhone e no iPad, o aplicativo adblocker Crystal adotou o programa de anúncios aceitáveis afirmando que seria impossível lidar com o trabalho sem essa receita. Assim, o desenvolvedor desse app, Dean Murphy, espera que os criadores de conteúdo publicitário adaptem seus produtos para algo menos invasivo e desagradável para o usuário.
Chris Aljoudi, desenvolvedor de um aplicativo adblocker para iOS chamado Purify, contou que os responsáveis pelo AdBlock Plus chegaram a oferecer US$ 1 milhão, cerca de R$ 3,8 milhões, por seu app com a condição do programa Acceptable Ads ser automaticamente ativado em todos os usuários do Purify. Além disso, uma taxa seria paga para o desenvolvedor mais 10 por cento das vendas pós-negociação, mas Aljoudi recusou a oferta por considerá-la antiética.
Dinheiro sobrando
Isso deixa bastante claro a quantidade de dinheiro que provavelmente vem sendo injetada na empresa dona do AdBlock Plus, a EyeO, que vem tentando ampliar sua presença para poder cada vez mais liberar certas publicidades em troca do pagamento de empresas.
A EyeO contestou todas essas quantias e apresentou provas de que os valores oferecidos pelo Purify foram muito menores. Sem muita certeza de qual lado está com a razão, podemos afirmar uma coisa: a indústria dos adblockers que estão dispostos a liberar propagandas mediante o pagamento de valores extras por parte dos anunciantes ainda deve gerar finanças muito interessantes para todas as partes, menos para os usuários, que acabam reféns dessa prática.
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