PS Vita: analisamos a nova máquina portátil da Sony [vídeo]

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O próximo passo da jogatina portátil da Sony ocorre em um momento bastante atípico. Trata-se de uma época em que celulares/tablets/smartphones disputam palmo a palmo um crescente mercado de games, boa parte dele orientado para oferecer diversão acessível a preços praticamente simbólicos — caso você desconsidere a qualidade questionável de alguns aplicativos, pelo menos.

Além disso, mesmo o mais deslumbrado fã de tudo o que leve a assinatura da Sony deve admitir certa falta de suporte para a plataforma móvel anterior, o PSP — um bom console, com alguns títulos de peso, mas que jamais chegou a realmente encontrar seu lugar ao sol, sobretudo em relação às third-parties. Bem, mas qual poderia ser a resposta da Sony, a sua posição em um cenário que constantemente transforma e retransforma a jogabilidade portátil? Simples: o negócio é tentar abocanhar o máximo possível... Mas sem perder o estilo.

Um jogador particularmente otimista poderia colocar o PlayStation Vita em uma zona de conforto: um console capaz de atentar para as atuais exigências de conectividade (orientada à formação de comunidades online), diversão casual e interface dinâmica, mas sem se descuidar do seu principal nicho; aquele seleto grupo inscrito no código genético da Sony desde que esta resolveu apostar as fichas no entretenimento eletrônico: o público hardcore.

Mas, entre inovações, adequações e “mais do mesmo”, será que realmente vale a pena conferir a próxima cartada para a diversão móvel da Sony? Bem, embora seja difícil prever o percurso do Vita durante os próximos meses ou anos, certamente se pode dizer algo sobre o produto que tem feito muita gente pensar em empenhar algumas centenas de reais. Sem mais delongas, vamos aos detalhes.

Aprovado

Design ergonômico e visual elegante

No que diz respeito estritamente ao visual e à ergonomia, o Vita realmente não se afasta muito da fórmula encontrada pelo PSP. Entretanto, a semelhança maior ocorre mesmo com as primeiras versões do PlayStation Portable, que eram maiores e também consideravelmente mais pesadas. Já a estética de contornos metálicos parece ter bebido da mesma fonte que o iPhone 4.

De fato, alguém poderia até mesmo questionar a portabilidade do PS Vita. Afinal, em uma era de celulares e notebooks com vocação para folha de papel, o portátil da Sony aparece com uma tela consideravelmente maior que a do seu antecessor, além de ser, de forma geral, bem mais bojudo e também um tanto mais pesado.

O manuseio do aparelho também é ligeiramente diferente, sobretudo em razão da existência de uma superfície touch traseira. Quer dizer, caso não queira disparar chutes equivocados em FIFA, por exemplo, é uma boa segurar o aparelho pelas bordas — de forma que a parte posterior fique inteiramente livre, caso esteja ativada.

O controle de volume vai da parte frontal (no PSP) para a parte superior, na forma de dois singelos botões, “+” e “-“. O som é emitido através de dois alto-falantes dispostos na parte frontal... Embora um bom fone de ouvido com certeza ainda seja a melhor opção. Ademais, “Start” e “Select” parecem bastante naturais na parte frontal direita do console, enquanto que os tradicionais botões do PlayStation garantem a jogatina, sem grandes diferenças. Pelo menos até chegar aos direcionais.

Enfim, um segundo analógico

Mesmo um fã de carteirinha do PlayStation Portable precisaria reconhecer: o direcional analógico do portátil passava longe de ser realmente funcional. E mais: havia apenas um, o que com certeza limitava muito as coisas para determinadas franquias. Bem, isso foi corrigido no Vita.

O console possui dois autênticos direcionais analógicos — que se parecem e funcionam como tal. Talvez a ergonomia aqui não seja tão grande quanto a encontrada no DualShock ou no controle do Xbox 360, mas os controles com certeza fazem um bom trabalho (embora a superfície convexa, em vez de côncava, pareça uma escolha um tanto estranha). Entretanto, resta a dúvida: por que não foram acrescentadas funcionalidades de botão (R3 e L3)?

Interface dinâmica e precisa

A XrossMediaBar já é tão popular que, de início, quase parece estranho navegar por um console da Sony de outra forma. Mas, para quem não faz o tipo saudosista e avesso a mudanças, a interface do PlayStation Vita não apenas é tão intuitiva quanto a XMB quanto também parece perfeitamente adequada à proposta do console.

Toda a navegação aqui é feita através de toques e movimento do dedo sobre a tela do aparelho. Jogos e aplicativos deixam os ícones estáticos da XMB para assumir balões de aparência lúdica e agradável — caso segure o dedo sobre um deles, o console ainda revelará informações adicionais, como o espaço ocupado no cartão de memória. Além disso, o pano de fundo pode ser personalizado de acordo com a sua preferência (alterando cores ou colocando fotografias).

Blockbusters na palma da mão

A performance do PlayStation Vita é realmente surpreendente, sobretudo em se tratando de dispositivos portáteis. Senão, tente colocar Uncharted: Golden Abyss para rodar sem deixar o queixo cair — confira a análise completa do Baixaki Jogos clicando aqui.

As texturas são belíssimas, a iluminação e o contraste impecáveis, o que ainda é complementado por uma taxa de fps (quadros por segundo) vigorosamente estável. O game ainda traz um belo mostruário das potencialidades do Vita, utilizando ambas as superfícies sensíveis toques — para traçar as rotas das escaladas e subir em cordas — e também o giroscópio — para o posicionamento da mira e nas inclinações para os saltos.

Mas, caso as rolagens e saltos do Sr. Drake não façam o seu estilo, o Vita também inclui na sua primeira leva de games outros títulos de peso, tais como o excelente Rayman Origins, F1 2011 ou Ultimate Marvel vs. Capcom 3.

A praticidade das LiveAreas

Cada aplicativo ou jogo, uma vez acionado, abre a sua própria LiveArea no Vita. Trata-se de um espaço exclusivo onde, além de iniciar o jogo, você também pode ter acesso a opções extras — link para o site do jogo, acesso à PSN para conteúdos extras, funcionalidades multiplayer etc. Até seis LiveAreas podem ser abertas de uma única vez, e, para fechar, basta arrastar a tela, como se fosse “descartar” a página.

Um portátil social

O PlayStation Vita traz uma série de aplicativos interessantes, os quais pretendem tornar a sua experiência portátil muito mais interativa e social. O Near representa uma espécie de hub interpessoal, conferindo a possibilidade de saber quem está jogando o quê nas proximidades. O App utiliza uma rede Wi-Fi e/ou 3G para determinar a sua localização corrente para, em seguida, conectá-lo a uma rede para saber quem está online.

Já o aplicativo Friends traz uma forma simples e rápida de saber o que os seus contatos andam jogando (bem como os seus troféus), além de mostrar quem está online. Já Group Messaging é o seu programa de chat aqui, enquanto que, pela primeira vez, a Sony acrescenta a possibilidade de chat interjogos, o que vem a bordo do App Party.

Surfando com o PS Vita

O navegador do Vita realmente faz um trabalho bastante decente. Embora a velocidade de carregamento de sites mais pesados deixe um pouco a desejar em relação a um bom smartphone, todo o processo é bastante fácil e intuitivo. Além disso, não parece arriscado dizer que o console tem um dos melhores teclados virtuais do mercado de dispositivos portáteis.

Integração com o PlayStation 3

Guardadas as devidas proporções, pode-se dizer que a integração entre o PlayStation Vita e o PS3 funciona de forma semelhante ao conceito proposto pela Nintendo para o seu Wii U. Conforme colocou recentemente a Capcom, o Vita é o “controle definitivo” para o seu Ultimate Marvel vs. Capcom 3.

De qualquer forma, fato é que o acesso remoto ainda se encontra em um estado bastante incipiente — embora o potencial seja óbvio. Em sua maioria, os jogos que disponibilizam a integração — que exibe as imagens do PS3 na tela do portátil — ainda são os jogos antigos para o PS One. Além disso, a lentidão ao navegar por alguns menus sugere que ainda há muito a melhorar.

Reprovado

Pode complicar na hora do “shoryuken”

Caso a sua praia seja encarar jogos de luta com o direcional digital, há aqui um pequeno inconveniente: a proximidade do analógico esquerdo. Ao disparar golpes estilo “shoryuken” ou “haduken”, por exemplo, não serão raros os esbarrões. Nada que tire o brilho da adição, é claro. Mas demora um pouco para se acostumar.

Sem suporte para Flash

Ok, é verdade que a Sony pretende suporte para Flash no Vita. Entretanto, neste momento, sequer há suporte para HTML5, de forma que os vídeos vão aparecer como belos retângulos vermelhos na sua tela.

Uma boa câmera fotográfica ainda faz melhor

Mesmo que o principal motivo para a existência de câmeras no Vita seja a utilização com realidade aumentada (AR), é impossível não considerar o desempenho medíocre em outros departamentos.

O console possui duas câmeras: uma frontal e outra traseira. Entretanto, é pouco provável que você queira tirar fotos com qualquer uma delas. Ok, a qualidade ainda é melhor do que seria possível com o 3DS... Mas mesmo assim, nada demais. O suporte a captura de vídeos foi adicionado posteriormente pela Sony, mas também deixa a desejar.

Um preço compatível com a realidade brasileira?

Embora custe US$ 250 (aproximadamente R$ 430) nos EUA, o PlayStation Vita foi oficialmente anunciado por estas bandas pela impressionante quantia de R$ 1.600. Considerando-se ainda que o cartão de memória de tecnologia proprietária da Sony tirará mais algo em torno de R$ 400 do seu bolso, é realmente de se pensar se vale a pena adquirir o novo portátil da Sony neste momento.

Vale a pena?

O PS Vita com certeza representa uma grande experiência para qualquer fã de jogatina portátil. Há um hardware vigoroso, empacotado dentro de um design consistente e atraente, e também não faltam boas novidades para temperar mesmo os jogos menos casuais — o que é praticamente inédito, diga-se de passagem.

Simultaneamente, há também uma interface lúdica e interativa, perfeitamente de acordo com as tendências oferecidas (impostas) pelas novas levas de gadgets com telas sensíveis ao toque. Entretanto, qualquer análise prévia pode ter como pretensão apenas o potencial da versão “produto” do Vita.

Em outras palavras, embora o segundo round nos consoles portáteis da Sony apresente uma lista considerável de atributos que, com certeza, justificam o que é pedido — desde que você não tenha que recorrer a nenhuma importadora inescrupulosa... —, seria difícil vislumbrar, no momento, qual será a trajetória do Vita.

Quer dizer, haverá suporte adequado das third-parties? O console realmente conseguira se espremer entre a impressionante variedade de gadgets que oferecem jogos a preço de banana, enquanto popularizam várias tecnologias de ponta? Resta agora esperar para conferir se o Vita será realmente o Vita... Ou apenas o “PSP 2”.

Via BJ

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