Os filmes 3D passaram por uma crescente de popularidade ao longo dos anos 2000, chegando em seu auge durante as exibições de Avatar nos cinemas, no final de 2009. Com o interesse público por essa tecnologia aumentando, é claro que ela foi implementada nas televisões domésticas, fazendo com que TVs 3D aparecessem nas lojas no início da década de 2010.
Porém, as televisões 3D não duraram tanto tempo dentro da zona de interesse dos consumidores. E a pergunta que fica é: por quê? Nessa publicação, vamos explicar o que aconteceu com as televisões 3D.
Surgimento e auge das televisões 3D
Segundo o The Conversation, um dos primeiros pioneiros da TV, John Logie Baird, apresentou uma ideia inicial de TV 3D, chamada "estereoscópica", em 1928. Porém, como já foi comentado, a onda de interesse pelas televisões 3D atingiu seu pico em 2009. Elas mostravam imagens em três dimensões que, com a ajuda de óculos específicos, simulavam profundidade e densidade que eram novidades.
A LG e a Panasonic foram as primeiras a lançar TVs 3D. Pouco tempo depois, a grande maioria das fabricantes de adotaram a tecnologia, e canais de TV e DVDs foram lançados com conteúdo 3D. Em 2011, 24 milhões de TVs com capacidade 3D foram vendidas globalmente e, em 2012, esse número subiu para mais de 41 milhões.
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Por que as TVs 3D morreram?
Apesar de estarem indo bem, as TVs 3D não duraram muito tempo. Para começar, a tecnologia era implementada em televisões com recursos inteligentes, e esses últimos passaram a chamar mais atenção do que a possibilidade de ver conteúdo em três dimensões. Em 2009, os Estados Unidos também fizeram a mudança da TV analógica para a digital- os consumidores tiveram que comprar uma nova TV ou conversor na época e, para muitos, não era possível investir na tecnologia 3D no seu lançamento.
Falta de interesse
Além da questão do custo, os programas em 3D que eram apresentados por emissoras não ganharam tanta força quanto era esperado inicialmente. A grande maioria do conteúdo ainda estava disponível apenas em 2D nativo, e boa parte dos canais 3D foram cancelados apenas um ou dois anos depois.
Disso nasceu um ciclo que lembra a pergunta "quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?". Sem conteúdo o suficiente, os telespectadores não viam motivo para investir em televisões 3D. Do outro lado, as emissoras, que não viam resultados, começaram a produzir cada vez menos conteúdo 3D.
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Os óculos 3D
Outro ponto muito importante eram os óculos 3D, indispensáveis para ver o conteúdo. Porém, todos os modelos disponíveis tinham grandes desvantagens.
Os óculos ativos, usados principalmente por empresas como Samsung e Sony, eram alimentados por bateria, tornando-os pesados e desconfortáveis, e normalmente não funcionavam com TVs rivais. Além disso, eram consideravelmente caros e quebravam fácil.
Já os óculos passivos - parecidos com o que se usava no cinema - cortavam a qualidade de imagem pela metade, piorando à medida que as telas ficavam maiores. Outro efeito colateral comum era o cansaço visual.
Qualidade de imagem
A qualidade da imagem das TVs 3D também era muito inferior em relação aos modelos tradicionais. O ângulo de visão se tornou negativamente importante, e a iluminação do ambiente também tinha que ser levada em consideração. As imagens 3D são mais escuras do que as 2D, mas os fabricantes de TV não aumentaram a saída de luz de seus produtos na época.
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Juntando tudo isso a um fraco conhecimento e preparo de vendedores quando falamos das TVs 3D, em 2016 a maioria dos grandes fabricantes parou de fabricar televisões com tais recursos. O diretor de desenvolvimento de produtos da LG do período disse, inclusive, que "não era um fator chave de compra ao selecionar uma nova TV" e que "informações anedóticas indicaram [para nós] que o uso real não era alto".
Um ano depois, de acordo com o Museum of Failure, não havia mais televisões 3D no mercado.
Fontes