RTX 2050: conheça a placa de vídeo para notebooks da Nvidia

A GeForce RTX 2050 é uma GPU exclusiva para notebooks prevista para chegar ao mercado no segundo trimestre de 2022, apesar do nome. A placa Nvidia mais simples e com projeto térmico relativamente baixo, mesmo para uma GPU móvel, é no mínimo curioso, especialmente por suas especificações.

Para ajudar a responder algumas questões sobre o produto, o Tecmundo preparou um comparativo, não apenas para apontar as especificações e desempenho do chip, mas principalmente para tentar posicioná-lo no mercado e justificar a sua existência considerando suas possíveis aplicações.

Especificações da RTX 2050

• Núcleos NVIDIA CUDA: 2048
• Boost Clock (MHz): 1477 MHz
• Clock básico (MHz): 1155
• Velocidade da memória: 14 Gbps
• Memória: 4 GB GDDR6
• TDP (W): 30 - 45 W
• Interface: 64-bit
• Largura de banda da memória: 112 GB/s
• Ray Tracing (Hardware): Sim
• NVIDIA DLSS: Sim
• NVIDIA Ansel: Sim
• NVIDIA Highlights: Sim
• NVIDIA G-SYNC: Sim
• Drivers Game Ready: Sim
• Microsoft DirectX 12 Ultimate, Vulkan API, OpenGL 4.6: Sim
• NVIDIA GPU Boost™: Sim
• VR Ready: Sim

A RTX 2050 é uma aposta curiosa para o segmento de GPUs móveis de entrada. O que causa estranheza não é necessariamente suas especificações isoladas, mas como a placa se compara a outros chips gráficos da própria Nvidia, principalmente levando em consideração que a GeForce RTX 3050 já está disponível desde o início de 2021.

Notebooks equipados com RTX 2050 parecem mirar em segmento muito específico do mercadoFonte:  Nvidia 

Proposta de mercado

É comum na indústria fabricantes subdividirem segmentos de mercado, geralmente buscando se manter em uma faixa de preço limite, mas buscando atender demandas específicas como mais memória, ou capacidade de overclock.

• GTX 1060: jogos pesados e recentes para rodar na GPU

Ao que tudo indica, a proposta da GeForce 2050 é oferecer uma solução mais barata e energeticamente eficiente que as RTX 3050. No entanto, esse segmento parece ser específico demais para um mercado em que o preço da GPU é apenas uma parte do valor total do produto — principalmente se consideramos que a Nvidia irá lançar também uma nova placa da linha MX 500.

Posicionamento e desempenho

Os dois próximos lançamentos da Nvidia parecem ser versões mais limitadas do silício da GeForce 3050 para notebooks. A diferença de frequência e barramento permitem TDPs máximos bem inferiores aos 80 Watts da GPU do ano passado, apesar de ainda ser exigente demais para equipar ultrafinos.

O projeto térmico limitado a 45W pode representar ganho de autonomia e uma experiência bem menos desagradável para quem tem costume de jogar utilizando o teclado do notebook. Isto porque a região do teclado costuma ser uma das principais áreas de dissipação de calor, gerando muito desconforto para utilizar modelos gamer sem um teclado dedicado.

Em termos de desempenho, a RTX 2050 fica muito próximo da GTX 1650 Ti, mas por utilizarem arquitetura Ampere, a mesma GPU GA107 e quantidade de núcleos CUDA e RT das RTX 3050, os dois novos chips são compatíveis com Ray-tracing e DLSS. Com isso, é possível que em jogos compatíveis com a tecnologia de super resolução da Nvidia, as novas GPUs tenham ganhos um pouco maiores.

GeForce RTX 2050 tem praticamente o mesmo desempenho da GTX 1650 Ti, mas é compatível com RT e DLSSFonte:  NotebookCheck 

Dessa forma, é bem provável que escolha do nome para a RTX 2050 seja uma decisão mais relacionada ao marketing do que aos aspectos técnicos. O mercado já entende que a terminação -50 em placas da Nvidia representa o modelo mais básico, e a série GTX tem como principal limitador a incompatibilidade com Ray-tracing e DLSS.

Desempenho da RTX 2050 não impressiona, mas supera com folga a MX 570Fonte:  Zhihu 

Além disso, as placas MX, exclusivas para notebooks, não costumam muitas variações dentro de uma mesma geração. Por essa lógica, criar uma suposta GTX 2650, ou MX 590, fugiria demais do padrão de nomenclatura da Nvidia, além de criar ainda mais confusão para o consumidor. Sendo assim, acaba fazendo sentido a empresa ter optado por batizar a placa de RTX 2050.

Mas a placa é necessária?

Gráficos dedicados ainda são melhores que integrados em notebooks, pelo menos por enquanto. A AMD já lançou os primeiros notebooks com o novo Ryzen 6000, e uma das principais vantagens do novo processador é sua APU com RDNA 2. Até o momento, só estão disponíveis modelos topo de linha, naturalmente com GPUs mais caras. Entretanto, um dos focos da empresa durante a CES 2022 foi a possibilidade de laptops com bom desempenho em jogos e outras aplicações, apenas com gráficos integrados e projetos térmicos bem modestos.

APUs Ryzen 6000 da AMD podem ameaçar segmento de gráficos dedicados de entradaFonte:  AMD 

Além disso, a chegada da Intel ao mercado de GPUs com as placas Arc, ou mesmo novas versões dos Iris X^e, surpreendentemente bons para sua proposta, fatalmente abarca uma fatia considerável de um mercado em que a Nvidia era quase hegemônica.

Sendo assim, o movimento de criar um produto tão específico quanto a RTX 2050, principalmente considerando o chip utilizado, é provavelmente uma tentativa de minimizar perdas nas duas pontas. Com isso, é possível aproveitar silícios GA107 de menor qualidade e ainda oferecer contratos mais baratos com fabricantes de notebooks, mantendo o selo RTX.

As fabricantes ainda não confirmaram quais modelos irão utilizar a nova placá de vídeo móvel, mas com o lançamento previsto para o segundo trimestre de 2022, é provável que tenhamos mais novidades em breve.

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