A Motorola voltou ao mercado de tablets para brigar com a Apple e a Samsung. Para quem talvez não se lembre, lá em 2011 a empresa ainda lançou o Xoom 2, e aí depois rolou esse período de "hiato" até o Moto Tab G70. Lançado no Brasil por R$ 2,4 mil, o dispositivo é o mesmo modelo do Lenovo Tab P11 Plus, lançado por aqui em novembro.
A única diferença real entre esses dois está na marca. O Moto Tab G70 será vendido nos canais da Motorola sob a linha Moto G, enquanto o P11 é distribuído apenas pela Lenovo. Mas conquistar o consumidor brasileiro depois de tanto tempo pode ser mais complicado por alguns motivos, afinal as concorrentes já estão bem consolidadas.
Design
O Moto Tab G70 é uma combinação interessante de tablet intermediário com cara de modelos de ponta. Seu acabamento na traseira e na moldura ao redor é de alumínio com apenas uma faixa em plástico fosco, na região da câmera e que ainda possui tom diferente, sendo um belo destaque. No Brasil, o aparelho é vendido apenas na cor verde.
Ele possui laterais mais retas e bordas não muito espessas na frontal, o que ajuda a segurá-lo tanto na vertical quanto na horizontal. No entanto, a impressão é de que o tablet foi feito para ser usado na maior parte do tempo na horizontal, mesmo. Inclusive, vale mencionar que ele pesa cerca de 500 gramas.
A câmera frontal está localizada na borda lateral direita, em uma área centralizada para videochamadas — e que tem dois microfones logo acima. Os botões de volume e de liga/desliga também ficam próximos e são os únicos do tablet. Por fim, há quatro saídas de som bem localizadas, duas em cada lado. E é isso aí, ele não tem entrada P2 para fones de ouvido.
Traseira do Moto Tab G70.
A parte inferior, quando ele está "deitado", traz conectores para acessórios como capas. A que acompanha o aparelho na caixa é bem legal por proteger o tablet e permitir mais opções de apoio, mas pelo menos até agora é a única opção.
Para manter essa capa firme, o tablet possui ímãs espalhados pelo seu corpo. E são ímãs fortes, então é bom ter cuidado com o que apoia nele para não acabar puxando o aparelho sem querer, como uma caixa de óculos também com imãs, por exemplo.
Tela e som
Com uma tela IPS LCD de 11 polegadas, o Moto Tab G70 é um modelo bom tanto para quem quer consumir mais conteúdo multimídia, quanto para quem quer jogar, estudar, ler bastante e afins. O tamanho também é confortável e faz com que ele tenha uma boa área de visualização sem comprometer o tamanho.
Mas a sua resolução não é das mais altas (2000 x 1200 pixels), o que acaba não se diferenciando muito de modelos como o Galaxy Tab A7 ou S6 Lite. Na prática, isso quer dizer que pode ser possível enxergar os pixels em determinadas situações, como quando ele está mais próximo do rosto.
Tela do Moto Tab G70.
Essa tela possui brilho forte de até 400 nits e cores bem vibrantes. Isso fica nítido quando assistimos a algo ou com jogos mais coloridos, por exemplo. E, apesar de o contraste ser um pouco prejudicado em áreas escuras, ele possui ótimos ângulos de visão.
Já o som é mais envolvente. São quatro saídas no total com certificação Dolby Atmos, que contam com um aplicativo dedicado para calibragem. Ele possui boa fidelidade e graves moderados, oferecendo uma experiência bacana com jogos, filmes ou vídeos tanto nos volumes baixos quanto nos altos.
Desempenho e software
O tablet da Motorola chega com o Android 11 e tem atualização garantida apenas para o Android 12, além de dois anos de atualizações de segurança. Pensando no eletrônico como um bem de consumo de longa data, é um período relativamente curto.
Com ficha técnica intermediária, o Moto Tab G70 se mostrou versátil para diferentes atividades. Ele consegue reproduzir apps de trabalho e produtividade com agilidade, o que também inclui navegação web. No geral, ele consegue reproduzir uma grande gama de apps e jogos sem engasgos aparentes, mas com algumas poucas limitações.
Nós conseguimos jogar títulos como Call of Duty: Mobile, League of Legends: Wild Rift, GTA San Andreas e vários outros com bastante tranquilidade. Em CoD e Genshin Impact, por exemplo, o tablet aguentou a qualidade gráfica máxima tranquilamente, apresentando somente pequenas perdas na taxa de quadros depois de um certo período de jogatina.
Ele conta com o processador MediaTek Helio G90T, que é de 2019 e se mantém firme para a proposta do Tab G70: buscar um padrão intermediário. Ele também traz 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, o que pode ser pouco para quem costuma baixar filmes, séries ou precisa carregar grandes arquivos no aparelho. Neste caso, o tablet conta com um slot para cartão microSD de até 1 TB.
Moto Tab G70.
A navegação também foi fluida durante os nossos testes, com ele abrindo apps com rapidez. Mas existem alguns pequenos pontos negativos, como as animações não muito fluidas e um pouco de demora para transferir ou gerenciar arquivos muito grandes.
O Tab G70 ainda traz o Google Kids Space, que oferece um espaço e experiência dedicados às crianças. Tanto que, na configuração inicial, o sistema pergunta se quem vai utilizá-lo é um adulto ou uma criança. Esse é um bom diferencial, já que auxilia os pais a proteger seus filhos no ambiente digital e centraliza apps, livros, vídeos e conteúdos considerados adequados.
Bateria
Um grande atrativo do tablet da Motorola é a bateria de 7.700 mAh. Ela dura um dia bem cheio de uso, com cerca de 7h a 8h de tela ligada. Mas isso depende bastante do tipo de uso. Com vídeos por streaming, a descarga média foi de -15% por hora. Com jogos, ela variou de -10% a -16% entre títulos mais leves e outros com gráficos mais exigentes ou online.
Em um teste de descarga contínua, conseguimos sair dos 90% para os 10% de energia após 3h45 com o serviço de jogos por streaming Xbox Cloud Gaming. Aqui, vale mencionar que o aparelho conta com Wi-Fi dual-band e conseguimos jogar sem problemas.
Já o tempo de recarga é um pouco acima das 2h e não existe nenhum tipo de recarga rápida. Ele conta com um carregador de 20W, que já vem na caixa.
Câmeras
A configuração de câmeras do Moto Tab G70 é bem simples. Na traseira, existe um sensor de 13 MP (f/2.2) com flash LED, e na frontal há uma câmera de 8 MP (f/2.0). É um conjunto básico, mas que faz um bom trabalho para escanear documentos ou fazer fotos simples. E como não há estabilização, é meio que normal precisar fazer a mesma captura mais de uma vez. Só para garantir.
Câmera frontal do Moto Tab G70.
Já a câmera frontal, que perde na contagem de pixels, é um pouco mais clara. Assim, a imagem tende a aparecer mais nítida, puxando esse apelo das videochamadas dentro da rotina do usuário.
Vale a pena?
O Moto Tab G70 tenta agradar a maioria do público consumidor, oferecendo funções úteis e ficha técnica mediana, mas que cumpre bem o seu papel. Além disso, traz uma experiência agradável para quem pensa em adquirir um tablet para entretenimento.
A Samsung também possui modelos intermediários da mesma faixa, o que torna essa disputa ainda mais interessante. No caso da Motorola, ainda há o apelo estético entregue pelo Moto Tab G70, mas por R$ 2,4 mil. O recomendado, neste caso, seria esperar por uma promoção que alivie o preço do dispositivo.
Como estamos falando de um tablet intermediário, ele possui desempenho regular, quatro saídas de som envolventes e boa autonomia de bateria. O software ainda pode precisar de polimentos, além do suporte para atualizações ser curto. E ele também não conta com um leitor de impressões digitais, funcionando apenas sob as opções padrões do Android ou o reconhecimento facial, que não é muito seguro.
De qualquer forma, para a faixa em que atua, o Tab G70 tem um bom potencial de atrair o público. Assim como o tablet da Lenovo, que é basicamente o mesmo desse aqui.
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