O Dia Nacional do Livro é comemorado hoje, 29 de Outubro. A data celebra a existência dos livros e faz homenagem ao dia de fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, que está localizada no Rio de Janeiro. Inicialmente, foi abastecida com obras da Real Biblioteca Portuguesa, em 1810, quando estas foram transferidas para as terras brasileiras.
No total, Portugal trouxe mais de 60 mil objetos para a Biblioteca Nacional do Brasil, sendo a maioria livros, mas também moedas, manuscritos, mapas, medalhas e outros. Entre as obras que vieram para solo brasileiro, destaca-se a primeira edição da obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
Atualmente, a biblioteca conta com 9 milhões de itens, sendo a grande maioria livros. E entre eles há grandes produções do clube de literatura clássica brasileira, como as obras de Machado de Assis e os textos de Clarice Lispector. E para quem não dispensa uma boa leitura, temos algumas sugestões de clássicos para entrar na sua lista de livros para ler em 2021.
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Livro Dom Casmurro, Machado de Assis
Em Dom Casmurro, o narrador Bento Santiago retoma a infância que passou na Rua de Matacavalos e conta a história do amor e das desventuras que viveu com Capitu, uma das personagens mais enigmáticas e intrigantes da literatura brasileira.
Machado de Assis é um dos principais nomes da literatura brasileira. Dom Casmurro, livro publicado em 1900, é um dos romances mais conhecidos do autor.
O livro conta uma história do ponto de vista de Bento Santiago, que retoma a infância que passou na Rua de Matacavalos e revive os momentos de amor e desventuras vividos ao lado de Capitu, uma das personagens mais enigmáticas e intrigantes da literatura brasileira.
O cortiço, de Aluísio Azevedo
Livro O cortiço, Aluísio Azevedo
O cortiço, principal obra do Naturalismo brasileiro. Nela, Aluísio Azevedo denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro no século XIX.
O livro publicado em 1890 é a principal obra de Aluísio de Azevedo, um dos principais membros do Naturalismo e do clube de literatura clássica brasileira.
O cortiço, que se passa no século XIX, retrata sobre as mazelas sociais - pobreza, corrupção, injustiça e traição - enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro. O romance apresenta uma crítica à animalização do ser humano que está em uma situação de vulnerabilidade social.
A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
Livro A Hora da Estrela, Clarice Lispector
Em A hora da estrela Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice.
Um dos mais famosos textos de Clarice Lispector, A Hora da Estrela é o último romance escrito pela autora.
Produzido nos momentos finais da vida de Lispector, o livro mostra os passos de criação do escritor Rodrigo S. M., que narra a história de Macabéa. Ela é uma alagoana órfã, virgem e solitária. Macabéa foi criada por uma tia tirana e é obrigada a ir para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa.
Úrsula, de Maria Firmina dos Reis
Livro Úrsula, Maria Firmina dos Reis
A narrativa se articula a partir de um triângulo amoroso formado por Adelaide, Tancredo e seu pai. Esse triângulo é desfeito com a derrota de Tancredo. Cria-se, então, um segundo triângulo formado por Tancredo, Úrsula e seu tio.
Publicado em 1859, a obra de Maria Firmina dos Reis foi veiculado por um pseudônimo e é considerado o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil.
Com um grande número de personagens, Úrsula conta a história de tríades em tríades, com o personagem de Tancredo envolvido em dois triângulos amorosos. Junto aos personagens Túlio, Mãe Susana e Antero, Tancredo dita um ritmo de narrativa interessante em um Brasil ainda escravocrata.
Macunaíma, de Mário de Andrade
Livro Macunaíma, Mário de Andrade
O livro foi um acontecimento. Debochado e intensamente brasileiro, ainda que muito pouco ou nada nacionalista, este romance é ainda hoje um dos textos fundamentais do nosso Modernismo.
Mário de Andrade, um dos fundadores do Modernismo no Brasil, publicou Macunaíma em 1928.
O livro, que tem um tom debochado e irreverente, marcou época quando lançado e continua sendo uma ótima opção entre os livros para ler em 2021. A obra conta as aventuras de Macunaíma, um personagem nascido nas profundezas da Amazônia, que é conhecido por não ter caráter e ser um mentiroso, safado, preguiçoso e boca-suja.
Capitães da areia, de Jorge Amado
Livro Capitães da areia, Jorge Amado
Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes.
Capitães de Areia foi publicado em 1937, e passou por um acontecimento marcante durante o Estado Novo, quando inúmeros exemplares da obra foram queimados em praça pública.
A obra se passa nas ruas de uma antiga Salvador, na Bahia, e acompanha a vida de um grupo de meninos abandonados, que têm um enorme desejo de liberdade, mas precisam roubar para sobrevier.
Vidas secas, de Graciliano Ramos
Livro Vidas secas, Graciliano Ramos
É o romance em que Graciliano alcança o máximo da expressão que vinha buscando: o que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
A principal obra de Graciliano Ramos é também um dos grandes nomes do clube de literatura clássica do Brasil.
Vidas Secas narra a história de uma miserável família de retirantes sertanejos, que é obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. O casal Fabiano e Sinhá Vitória, ao lado dos dois filhos e um cachorro, vagam pela caatinga do Nordeste brasileiro.
Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
Livro Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus
Em meio a um ambiente de extrema pobreza e desigualdade de classe, de gênero e de raça, nos deparamos com o duro dia a dia de quem não tem amanhã, mas que ainda sim resiste diante da miséria, da violência e da fome.
A obra publicada em 1960 é a mais recente dessa lista. O romance é uma história real inspirada no diário de Carolina Maria de Jesus, uma catadora de papel.
Quarto de despejo tem uma linguagem simples, mas bastante forte, retratando o cotidiano triste e cruel das favelas brasileiras. O livro conta a vida de Carolina, que narra com realismo e emoção tudo o que viu e viveu quando morou na comunidade de Canindé, em São Paulo.
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