Nesta quarta-feira (5), em parceria com a Carbon, a Adidas anunciou o 4DFWD, tênis para atletas que conta com partes produzidas em impressoras 3D e será utilizado por competidores olímpicos. Combinando dados da marca desportiva com a tecnologia Digital Light Synthesis, o lançamento possui em sua estrutura uma treliça 4D capaz de impulsionar para frente quem o utiliza.
Dentre as características da novidade está a redução da força de frenagem em 15% quando comparada à de um calçado comum, representando o início de uma mudança radical na manufatura proporcionada pelo uso de dispositivos antes voltados majoritariamente à criação de protótipos de produtos diversos. Isso porque construções em camadas possibilitam designs impossíveis de serem reproduzidos por máquinas tradicionais.
"Nós chegamos a uma entressola de treliça perfeita que é projetada para comprimir para frente sob carga e atua contra forças mecânicas, proporcionando uma sensação de deslizamento única para nossos corredores e corredoras", disse Sam Handy, vice-presidente de design para tênis de corrida da Adidas, em um comunicado.
Entressola é construída em impressora 3D.Fonte: Adidas/Divulgação
Phil DeSimone, diretor de desenvolvimento de produtos e negócios da Carbon, salientou que as companhias acreditam que esta será a unidade fabricada por meio do método de maior volume visto até então.
"Nós dedicamos cerca de 18 meses com ferramentas de design computacional e testes constantes de materiais", explica o executivo. O próximo passo, destaca, é focar em soluções personalizadas.
Horário nobre
De acordo com o levantamento The State of 3D Printing Report: 2021, que apresenta dados de companhias atuantes em diversas indústrias de 86 países, das 1.900 empresas 3D, 52% já se valem de seus equipamentos para trazerem à luz mais que somente projetos.
A crescente adesão à abordagem soluciona, dia após dia, problemas como consistência de uma execução de fabricação para outra, elevada quantidade de pós-processamento necessária antes que os itens impressos possam ser usados e alto custo das matérias-primas.
Empresas dedicaram 18 meses ao desenvolvimento da novidade.Fonte: Adidas/Divulgação
No caso do 4DFWD, foram necessárias cerca de 5 milhões de simulações para se chegar ao resultado, que estará disponível ao público a partir de 1º julho por US$ 240. "Percorremos um logo caminho desde nosso início em uma garagem produzindo peças de xadrez", comemora DeSimone, que complementa: "A tecnologia está aqui e pronta para o horário nobre."
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