A Amazfit GTR é uma pulseira inteligente com uma cara de relógio inteligente. Ela traz muitos recursos premium, como uma tela de qualidade e suporte a treinos aquáticos.
Mas, no meio do meu teste, eu precisei resetar ela duas vezes. Uma porque a sincronização foi perdida, mesmo com celulares diferentes. Em outra, recursos como o monitoramento de batimentos cardíacos parou de funcionar.
Isso atrapalhou o meu uso em alguns momentos, especialmente por causa dos dados e métricas. Mas, apesar disso, ela se mostrou bem útil.
Design e tela
A Amazfit GTR é um dos gadgets mais bonitos e bem construídos que temos atualmente. Com formato arredondado, ela lembra muito um relógio tradicional. Ela tem tamanho confortável (47.2 x 47.2 x 10.75 mm) e pesa cerca de 36 gramas sem a pulseira.
O modelo que testamos tem corpo em alumínio (e plástico) com aspecto fosco e tamanho de 47 mm. Ela é bem confortável e não incomoda nem mesmo durante o sono. A sua tela é AMOLED de 1,39 polegada (454 x 454p, 326 ppp) com uma definição muito boa. O vidro usado para proteção é o Gorilla Glass 3.
Também existem modelo em titânio e aço inoxidável e duas opções de tamanhos: 42 mm e 47 mm. Além do tamanho, da pulseira e da tela, as duas versões possuem diferença também na bateria. Nós testamos a maior.
Todo o conteúdo fica legível mesmo sob luz solar forte, já que o brilho é alto. No geral, a experiência de uso com a tela foi muito boa, já que ela também reproduz cores vibrantes.
Mas o software poderia receber algumas melhorias. O modo de tela sempre ligada não é uma continuidade do mostrador, então ele muda para um padrão diferente. E ele reduz o brilho, logo em locais externos não fica legal de ler. Se você pensa em deixar a tela ligada por mais tempo, saiba que ele permite apenas por 15 segundos.
Mas, além disso, a pulseira dela tem formato universal e a GTR traz certificação 5ATM contra água (até 50 metros de profundidade por até 10 minutos), que permite praticar esportes aquáticos. A quantidade de mostradores é bem legal, mas você só pode sincronizar três por vez para o dispositivo. E baixar novos mostradores só pode ser feito pelo aplicativo da Amazfit.
Usabilidade e desempenho
A Amazfit GTR é bem completa em termos de sensores (BioTrackerTM), possui GPS (e GLONASS) e Bluetooth 5.0 (LE). Mas, por outro lado, não possui Wi-Fi e é muito dependente do celular.
Escutar músicas por ela, mesmo por Bluetooth, ou atender ligações, não rola porque não há microfone ou alto-falante. A GTR também não tem armazenamento interno, o que permite apenas controlar as músicas do celular.
O sistema de notificações é básico demais, não permitindo interagir ou responder mensagens, nem visualizar emojis. E o atalho para vê-las também não é prático.
Ela também não suporta aplicativos de terceiros, mas permite sincronizar os dados com outros apps de treino e saúde. No geral, o que mais incomoda é ter que usar o celular para fazer quase todos os ajustes.
Dito tudo isto, a Amazfit GTR é uma pulseira bem rápida nas suas ações. Pelo menos na grande maioria. Da tela inicial, você tem dois widgets arrastando para os lados. Tomara que isso seja personalizável no futuro. Arrastando de cima para baixo, ela mostra a central de ações
Ela tem dois botões: o de cima para travar/destravar a tela e voltar ao menu inicial, e o de baixo para iniciar rapidamente algum app. Este botão pode ser personalizado para abrir treinos ou outros apps disponíveis.
A interface também é agradável e com opções claras, ainda que sejam poucas. No aplicativo, é possível gerenciar basicamente todas as opções. Inclusive criar um modo de vibração para notificações do sistema.
O mais legal talvez seja sua autonomia de bateria. A Amazfit promete até 24 dias "em uso típico", mas com tudo ativado eu consegui no máximo seis dias. Na maioria do tempo, a bateria de 410 mAh durou uma média de cinco dias.
Controlando o brilho na mão, usando o Bluetooth só quando necessário e com monitoramento mais espaçado, eu consegui uma autonomia de nove dias em uso. Para carregar o acessório, é necessário cerca de 1h25 na tomada.
Saúde e fitness
Outra função importante dela é ser um monitorador de treinos e saúde. Ela pode detectar constantemente a frequência cardíaca e o sono. As leituras cardíacas podem ter seu tempo ajustado, e eu coloquei a cada minuto na maior parte do tempo.
Ela também pode emitir um alerta se a sua frequência cardíaca ficar muito alta. Por aqui, pelo menos, não rolou. Ainda bem. A GTR possui 12 modos diferentes de esportes, que vão de corridas, caminhadas e exercícios com esteira, até um "livre" para outras atividades.
Nos treinos, o dispositivo coleta informações de quilocaloria, tempo de treino, média de frequência cardíaca e afins. Se você usa acessórios como balanças inteligentes, pode sincronizar os dados com o app. Além dos treinos, é possível monitorar dados de IMC, hidratação e muitos outros. Por outro lado, não é possível fazer medições de eletrocardiograma.
Neste sentido, ela pode ser uma ótima companheira para treinos e para acompanhar a saúde. Mas, também, é preciso pontuar que o seu GPS é impreciso e pode demorar um tempo considerável para se localizar. Em alguns casos, ele usa apenas os sensores de movimento para indicar as rotas percorridas.
O alerta de ociosidade, que avisa a cada hora para você levantar, faz literalmente apenas isto. Em outros modelos, o próprio relógio indica exercícios como alongamentos. Coisa básica, mas deixaria a experiência mais legal.
Vale a pena?
A Amazfit GTR tem a maioria das coisas que um relógio inteligente tem, mas deixa de lado outras coisas importantes. Por isso, é mais considerada uma pulseira inteligente arredondada.
E, por mais que eu tenha citado um monte de coisa que poderia ser mais legal, a experiência geral de uso é boa. Ela só não é tão completa. Para quem corre muito em lugares externos, problemas de GPS podem ser um certo incômodo.
Entre outros, ela pode detectar treinos automaticamente, mas também pode demorar para detectar que você está caminhando ou correndo. No software também temos alguns problemas, mas ainda assim, um hardware bem completo para treinar ou monitorar a saúde.
Considerando seu corpo bem construído e a tela de alta qualidade, além do seu preço de aproximadamente R$ 800, a Amazfit GTR é uma boa opção aos relógios inteligentes mais caros e premium.