Nesta quarta-feira (18), a Intel anunciou o desenvolvimento de um processador que é capaz de “sentir o cheiro” de substâncias. O chip de pesquisa neuromórfica, batizado de Loihi, foi construído em conjunto com uma equipe de pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e vai ajudar os seres humanos a identificar substâncias nocivas à saúde, mesmo que elas estejam misturadas a vários outros materiais.
Computação neuromórfica
O processador de pesquisa neuromórfica da Intel foi “treinado” com o uso de um algoritmo neural derivado da arquitetura e dinâmica dos circuitos do cérebro biológico. Em outras palavras, o chip identifica um determinado odor ao apresentar o mesmo diagrama de atividade cerebral previamente observado em um cérebro biológico.
Para isso, a equipe usou um conjunto de dados baseado na atividade de 72 sensores químicos quando expostos a esses odores para configurar o diagrama do circuito de olfação biológica do Loihi.
O chip registrou cada odor a partir de apenas uma amostra, e sem fazer confusão com a memória dos odores registrados anteriormente. Métodos convencionais, incluindo as soluções mais avançadas que temos atualmente, só conseguiram atingir o mesmo nível de precisão do Loihi ao ser expostos a três mil amostras por classe.
Vários processadores Loihi montados em uma única placa.Fonte: Intel Newsromm
No que o Loihi será útil
Devido à precisão do Loihi, o chip poderá ser usado para identificar substâncias nocivas aos humanos e outros seres vivos, como as utilizadas na fabricação de explosivos, narcóticos e polímeros.
Implantado em equipamentos dotados de “sistemas de nariz eletrônico” portáteis, o chip poderá ser usado por profissionais de saúde, no diagnósticos de doenças (no lugar de cães que conseguem identificar alguns tipos de câncer em humanos, por exemplo); pela polícia, na detecção e apreensão de drogas; por esquipes de segurança, na detecção de armas químicas e bombas; além de permitir o desenvolvimento de sistemas residenciais de detecção de fumaça mais eficazes.
Atualmente, o Loihi é capaz de identificar as representações neurais de 10 odores diferentes.
Aplicações futuras
Segundo Nabil Imam, cientista de pesquisa sênior no Intel Neuromorphics Computing Lab, o próximo passo é utilizar a abordagem de funcionamento do Loihi para desenvolver uma inteligência de máquina mais eficiente e robusta, que nos permita resolver até mesmo problemas abstratos, como planejamento e tomada de decisões.
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