Agentes de inteligência da Rússia foram flagrados espionando cabos submarinos de internet que conectam a Europa à América do Norte, instalados na região litorânea da Irlanda, aumentando os temores de que possam interceptar os dados transmitidos por meio deles ou até mesmo cortá-los. A informação foi divulgada pelo Sunday Times, nessa segunda-feira (17).
Os serviços de segurança irlandeses acreditam que eles tenham sido enviados pelo Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU) com o objetivo de mapear a localização destes cabos de fibra óptica e verificar a estrutura deles, à procura de possíveis pontos fracos.
Pela enorme rede de cabos submarinos presente em vários oceanos passam cerca de 97% de todos os dados intercontinentais transferidos via internet, incluindo textos, chamadas e transações financeiras globais, funcionando como o principal elo entre os servidores de web de diferentes regiões do planeta.
Desta forma, qualquer ruptura na rede poderia não apenas deixar inúmeros países sem acesso à internet como também afetar diretamente a economia global, causando sérios danos. O detalhe é que os cabos não possuem nenhum mecanismo de defesa, mesmo com toda esta importância.
Por que a Irlanda?
A escolha da Irlanda para a realização deste tipo de espionagem não foi à toa. Além de ficar no meio do caminho entre os Estados Unidos e a Europa, o país não possui capacidade de contrainteligência, como lembra o Business Insider, tornando-se um alvo relativamente fácil.
Outro detalhe importante é que a capital Dublin tem se destacado como um dos maiores centros de tecnologia do continente europeu, contando com sedes e servidores de empresas como Airbnb, Facebook, Google e Twitter.
Estes mesmos espiões russos também foram vistos monitorando o porto de Dublin, fazendo o governo local aumentar a segurança em diversos locais de desembarque ao longo da costa irlandesa.
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