A Apple desistiu de usar a criptografia de ponta a ponta nos backups dos dados armazenados no iCloud, após o FBI reclamar que a iniciativa prejudicaria as suas investigações. A informação foi divulgada pela Reuters na última terça-feira (21).
De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias, um protocolo de segurança para o serviço de armazenamento na nuvem da Maçã que estava sendo desenvolvido há alguns anos foi abandonado em 2018 por causa de preocupações do departamento jurídico da empresa, que queria evitar reclamações por parte do governo americano.
O objetivo da companhia era bloquear acessos indevidos aos backups no iCloud utilizando a criptografia ponta a ponta. Com isso, o acesso seria liberado apenas para quem possuísse a senha, dificultando ações de terceiros.
Desta forma, pessoas não autorizadas ficariam impedidas de visualizar os arquivos, mesmo tendo acesso aos servidores, evitando o vazamento de dados, fotos íntimas e quaisquer informações armazenadas no serviço online, dificultando, por exemplo, que as autoridades acessassem estas informações durante investigações.
Como funciona atualmente
Os backups do iCloud são criptografados, mas tanto o usuário quanto a Apple possuem a chave para acessá-los. Conforme a gigante de Cupertino, isso é necessário para atender quem esquece a senha. Porém, esse mecanismo permite que os dados sejam decodificados e entregues caso haja exigência por lei.
As discussões sobre o assunto voltaram à tona após o governo solicitar a ajuda da Maçã para desbloquear os iPhones de um atirador que matou três pessoas e feriu outras oito, mas a fabricante não forneceu acesso aos dados.
Diante das negativas da Apple, Donald Trump exigiu novamente que a empresa ajude o FBI a desbloquear os iPhones de criminosos, durante entrevista à CNBC nesta quarta-feira (22). Enquanto a ajuda não chega, a polícia conseguiu desbloquear mais um iPhone 11, segundo o 9to5Mac.