Entre tantas características que precisamos observar na hora de comprar uma nova TV, existe uma que poucos entendem e talvez nem compreendam a sua importância. Estou falando do suporte ao HDR, sigla em inglês para “High Dynamic Ranging” – ou, em português, “Grande Alcance Dinâmico”. Será que você entende tudo sobre esse assunto? E será que a sua próxima TV precisa ter suporte ao HDR?
Neste artigo, vamos explicar o que é e como funciona essa tecnologia nos televisores. A ideia é mostrar tudo o que você precisa saber acerca desse tema e ter maior capacidade para decidir na hora de comprar a sua próxima TV. Vamos lá?
O que é HDR?
Como já explicado, HDR é a sigla em inglês para “High Dynamic Ranging”. Em português, a melhor tradução para essa tecnologia seria “Grande Alcance Dinâmico”, algo que pode não ser tão autoexplicativo. Afinal, não é possível deduzir exatamente o que o HDR faz só por analisarmos o seu significado.
Mas afinal, o que é o HDR?
Trata-se de uma técnica utilizada para aumentar a capacidade de representar, em uma imagem, o ponto de equilíbrio entre as partes mais escuras e mais claras de uma cena. Em outras palavras, é um recurso que tenta mostrar com maior fidelidade e precisão as áreas expostas sob iluminação e as que não estão expostas dessa forma – as áreas de sombra.
Essa não é uma tecnologia exatamente nova. Na verdade, trata-se de uma proposta antiga, mas cuja aplicação vinha sendo barrada por conta da limitação tecnológica do hardware disponível. Hoje, graças aos avanços nessa área, já é possível aplicar o HDR com qualidade em diversos segmentos.
O HDR é capaz de produzir seus resultados de forma automática e trabalhar de forma dinâmica de acordo com a iluminação de um ambiente. Como consequência, tem-se imagens mais ricas em cores, vívidas e mais fiéis ao o que o olho humano é capaz de enxergar. Sob qualquer ponto de vista, isso é muito bom e qualquer funcionalidade semelhante ao HDR traria mais qualidade para a captura e reprodução de imagens.
Porém, ao abordar o assunto HDR não estamos falando sempre da mesma coisa.
O HDR nas fotografias é diferente
Apesar de fazer referência a mesma tecnologia, o HDR nas câmeras fotográficas tem um funcionamento um pouco diferente. Em fotografias, esse recurso se resume à combinação de múltiplas imagens com diferentes exposições. O objetivo é exatamente o mesmo, contudo: criar uma única vista que “simula” um maior alcance dinâmico.
Como funciona o HDR?
Nos televisores, o HDR tem um funcionamento diferente, embora o objetivo seja o mesmo. Nas TVs, em vez de trabalhar com a combinação de imagens, regula-se dois aspectos importantes na exibição de uma cena: a taxa de contraste e a precisão na reprodução das cores.
O primeiro fator diz respeito ao quão iluminada ou escura a tela pode ficar e o balanço entre as duas coisas. Televisores convencionais de LCD são capazes de atingir de 300 a 400 nits (escala de brilho usada no mercado). Para se trabalhar com a tecnologia HDR, esse parâmetro precisa chegar a 1.000 (ou até mais) nits, mesmo que isso não ocorro em toda a área da tela ao mesmo tempo.
O segundo aspecto representa, basicamente, a fidelidade que as cores vistas no display têm com relação às da vida real. Um dispositivo com suporte HD precisa ser capaz de permitir a reprodução de uma alta quantidade de gama de cores, de acordo com o WCG, o Wide Color Gamut (escala de cores padrão do mercado). O televisor com HDR processa o padrão 10-bit de cores, o equivalente a 1 bilhão de cores diferentes, reduzindo gradações óbvias de tons e produzindo imagens mais realistas.
O HDR, portanto, trabalha ajustando esses dois aspectos para oferecer a melhor imagem a ser exibida no televisor. Ao fazer isso de forma dinâmica, equilibrando os pontos mais escuros e os mais claros de uma cena, consegue um resultado muito acima do que é mostrado por TVs sem o HDR suportado.
Importante: o HDR precisa estar dos dois lados, hardware (TV) e software (conteúdo)
Da mesma forma que a resolução, o HDR precisa estar presente nos dois lados da moeda para funcionar corretamente. Se o seriado que você vai assistir pode ser reproduzido em 4K, mas o seu aparelho não oferece esse suporte, o conteúdo vai precisar ser readequado para o que a TV consegue fazer.
A mesma lógica vale para o HDR. Portanto, jogos, filmes e séries precisam ter sido preparados para exibir conteúdo com o “grande alcance dinâmico”. Caso contrário, mesmo que o televisor tenha suporte a tecnologia, o conteúdo não vai mudar como em um passe de mágica para uma qualidade melhor.
Mas como estamos falando de uma tecnologia que já está há alguns anos no mercado, cada vez mais empresas estão se esforçando para produzir conteúdo HDR. Isso inclui os grandes estúdios de cinema, desenvolvedoras de jogos e companhias como a Netflix, que já possui vários seriados com o suporte HDR.
Também é importante ressaltar que HDR nem sempre é tudo igual. Há padrões diferentes adotados pela indústria, tais como HDR10, 10+, Dolby Vision e HLG. Na maioria das vezes, quando um dispositivo (ou conteúdo) dá suporte a tecnologia, o padrão é oferecer o HDR10.
Porém, é possível produzir conteúdos e aparelhos com diferentes padrões para o HDR. O que muda de um para o outro é a forma como a tecnologia é aplicada – e os seus resultados. O Dolby Vision, por exemplo, é o padrão proprietário capaz de produzir os melhores resultados quando o assunto é HDR. Essa é a tecnologia usada nos cinemas para a produção dos filmes de alto custo de produção.
Caso você queira entender que outros aspectos são importantes na hora de comprar a sua televisão, recomendamos a leitura deste artigo.
Fontes