O Positivo P70 é um celular que serve para a mais básica das tarefas: fazer ligações. Suas especificações incluem memória interna de 64MB e RAM de 32MB. Se os sistemas fossem compatíveis, esse aparelho à venda por R$ 79 teria capacidade de lançar mísseis nucleares MinuteMan III – pelo menos, até junho passado, quando o Sistema Estratégico de Comando e Controle Automatizado (SACCS, sigla em inglês) da Força Aérea dos EUA começou a ser substituído, juntamente com seus disquetes de 8 polegadas.
O Departamento de Defesa planeja “atualizar suas soluções de armazenamento de dados, processadores de expansão de portas, terminais portáteis e terminais de desktop”, e isso inclui o SACCS, rodando em um computador IBM Series/1 da década de 1970.
O SACCS é um dos muitos sistemas redundantes para transmissão de mensagens dos centros de comando nuclear às forças em campo. Foi preservado na obsolescência como uma proteção contra hackers. "Não se pode invadir um sistema que não tem endereço IP. Ele é único e, por isso, muito bom para o que serve”, explica o tenente-coronel Jason Rossi.
Embora o hardware da SACC tenha quase meio século, o software é constantemente atualizado por programadores da Força Aérea, que reescrevem o código tornando-o mais moderno para as equipes de lançamento de mísseis balísticos intercontinentais, entre outros usuários do sistema.
Trinta anos de armazenamento
Criado na década de 1970, um disquete padrão de 200 mm (8 polegadas) tem 237,25 kB de espaço de armazenamento, o suficiente para 15 segundos de áudio. Nos anos 90, foi substituído pelo de 3,5 polegadas e 1,44 MB de memória, padrão até 2003 quando o sistema foi abandonado. Hoje, disquetes são fabricados apenas para uso em equipamentos valiosos demais para serem abandonados.
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