A Huawei já havia superado a Apple em número de aparelhos comercializados no segundo semestre do ano passado e os relatórios apresentados pela companhia apontam nada menos do que US$ 100 bilhões em vendas globais em 2018. Os ótimos resultados exaltam os ânimos do presidente rotativo Guo Ping, que não poupou críticas aos Estados Unidos — que, como todos sabem, acusa a chinesa de espionagem e outras ilegalidades.
Fabricante teve alta 25% no lucro líquido de 2018
“O governo dos EUA tem uma atitude de perdedor. Eles querem difamar a Huawei porque não podem competir conosco. Os EUA abandonaram todas as maneiras à mesa", disse Guo segundo o Financial Times. Com a saída de 200 milhões de aparelhos na temporada passada e alta de lucro líquido de 25% em relação a 2017, a Huawei tornou-se a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo.
Tanto os Estados Unidos quanto a Austrália proibiram a Huawei de concorrer a contratos de infraestrutura de 5G. A justificativa seria porque a empresa teria brechas em seus dispositivos para coletar informações e entregar ao governo chinês. Guo diz que fazer isso seria “suicídio para os negócios” e comprometeria a reputação não somente da marca como do país.
"Temos mais de 90 mil acionistas-funcionários. Quaisquer ações ruins prejudicariam esse acionistas e iriam contra os interesses da gerência. A Huawei nunca faria isso. Nós nunca iríamos contra nossos princípios básicos de negócios", assegurou Guo, à Bloomberg, em uma entrevista publicada no YouTube hoje (29) pela manhã.
NSA também foi criticada
Guo falou sobre o assunto recentemente no Mobile World Congress (MWC) 2019, na Espanha, fazendo menções à National Security Agency (NSA). De forma sarcástica, ele sugeriu aos repórteres para “falar com Edward Snowden” sobre o assunto confiabilidade.
Tensão entre EUA e China cresce a cada dia em uma “nova Guerra Fria”
"A ironia é que a lei americana US Cloud Act permite que suas entidades governamentais acessem dados através das fronteiras", disse Guo, apontando que as empresas de tecnologia americanas estão tão alinhadas com os interesses de segurança nacional de seu próprio governo quanto qualquer outra no mundo. “Quanto mais equipamentos da Huawei estiverem instalados nas redes de telecomunicações do mundo, mais difícil será para a NSA coletar tudo.”
A tensão entre a Huawei e os Estados Unidos aumenta a cada dia e também alimenta a guerra tecnológica entre a China e os ianques. A “nova Guerra Fria” deixou de ser velada há tempos e a cada dia fica mais quente.
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