Alexa foi intimada para comparecer em corte e testemunhar em um caso de duplo homicídio - figurativamente, é claro. Um juíz de New Hampshire determinou que dados coletados por meio do alto falante com comando de voz da Amazon, o Echo, sejam analisados e, caso tragam indícios do crime, possam ser utilizados como prova no julgamento.
O caso é referente a um processo em andamento na corte dos Estados Unidos envolvendo Timothy Verrill, da cidade de Dover. Em janeiro de 2017, ele foi acusado de assassinato em primeiro grau - algo como homicídio doloso - pela morte de duas mulheres: Christine Sullivan (48) e Jenna Pellegrini (32).
Em junho deste ano, levantou-se a possibilidade de que o Amazon Echo teria gravado parcialmente uma das mortes, por meio da assistente de voz Alexa, tanto do crime em si quanto do momento em que ele teria removido o corpo da cozinha onde ela foi morta. Sullivan foi esfaqueada oito vezes e teve o crânio fraturado e Pellegrini morreu com 43 facadas, de acordo com a polícia local.
A questão é que, para obter acesso às gravações, a investigação precisa acessar os servidores da Amazon. A empresa, no entanto, por questões de privacidade de seus usuários, diz que só vai liberar as informações caso receba "demanda legal válida e vinculante adequadamente servida".
Não é a primeira vez que um juiz intima a Amazon pelos dados do Echo. Na última vez, no entanto, o suspeito que era proprietário do equipamento autorizou a liberação dos dados, o que facilitou o processo.