“Quando cheguei, isso aqui era tudo mato”, diria a Amazon, ao desbravar o mercado de smart speakers com sua assistente digital Alexa e a família Echo. Esse pioneirismo garantiu à companhia de Jeff Bezos a liderança absoluta nesse setor nos últimos anos, mas… isso vem mudando. A Google cresceu muito na última temporada e a seara segue aquecida pelo “despertar” da Alibaba e da Apple.
Evidências de que isso tudo esteja movimentando o mercado estão nos números da pesquisa de mercado Strategy Analytics. De acordo com último relatório, os Google Home apresentaram um excelente crescimento de 420% no segundo trimestre (ou Q2), na comparação de ano a ano — especialmente por conta da evolução do Google Assistente em vários idiomas.
As variantes para diferentes perfis também teriam contribuído para essa alta. A companhia de Mountain View comercializou 3,2 milhões de Google Home, Home Minis e Home Maxes entre abril e junho deste ano, o que assegurou 27,6% do mercado global. A Amazon vendeu 4,8 milhões de dispositivos com Alexa e segue na frente com 41% — mas vale lembrar que esse domínio em 2017 era de 75,8%.
Apple avança no mercado premium e chinesas crescem
A Gigante de Cupertino demorou para finalizar seu HomePod. Mesmo quando ele foi lançado, apresentou uma Siri muito aquém da Alexa e do Google Assistente. Além disso, seu preço é muito pouco convidativo para uma tecnologia que ainda está buscando espaço nos lares. Para ter uma ideia, no Brasil o preço de um Google Home Mini fica entre R$ 208 e R$ 240 e é possível encontrar o Amazon Echo Dot por R$ 280. Já o HomePod sai por R$ 1,9 mil — e ainda assim entrega uma experiência que parece incompleta.
Google quer participação no mercado chinês e para isso fechou acordo com a JD.com
Porém, a estratégia da Maçã soa coerente com todo seu ecossistema, que mira mesmo o mercado premium. A companhia se beneficia de sua base leal de fãs e do forte impulso ganho com o serviço Apple Music para superar a falta de variedade e outras limitações iniciais. Com isso, a Apple conquistou 5,9% do mercado global, com venda de 700 mil unidades no Q2.
A surpresa por aqui fica com relação às asiáticas Alibaba e à JD, que possuem suas próprias soluções e são líderes no setor de smart speakers do gigante mercado tecnológico chinês. A primeira ficou na terceira posição de vendas do Q2, com 800 mil unidades e 7% das transações mundiais. Já a segunda distribuiu 300 mil aparelhos e estabeleceu 2,2% — o que chamou a atenção da Google, que deve investir em uma parceria de US$ 500 milhões com a JD para conquistar mais prateleiras na China.
Ainda é cedo para dizer a Google vai superar a Amazon, mas o mercado de smart speakers começa a se desenhar de forma consistente e deve crescer ainda mais nas próximas temporadas, com a chegada da Samsung e a evolução dos assistentes digitais.
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