A Apple vem desenvolvendo e fabricando displays MicroLED em uma instalação secreta próxima ao quartel general da companhia, na Califórnia. Segundo a Bloomberg, uma fonte próxima diz que por enquanto a produção tem escala pequena, somente para testes, e que os primeiros gadgets a recebê-los serão os Apple Watches.
As MicroLEDs usam componentes que emitem a luz de maneira diferente das atuais OLED e prometem ser mais finais e brilhantes, com menor consumo de energia. Fazer isso em escala comercial é muito mais difícil que as OLED e a Maçã quase encerrou o projeto no ano passado, mas os engenheiros conseguiram fazer avanços significativo e agora estão em um estágio avançado.
Instalação em Santa Clara, na Califórnia, que abriga os 300 engenheiros atualmente responsáveis pelas MicroLEDs
O primeiro gadget a receber a novidade deve ser o Apple Watch, que também foi o primeiro a ser testado com essas MicroLEDs, no final do ano passado. Os alvos por enquanto são os wearables, mas mesmo assim deve demorar para que algo chegue à escala comercial — e para estar nos iPhones deve levar ainda mais tempo, não menos do que algo entre três e cinco anos.
Divulgação do projeto já afeta ações da Samsung
Depois da revelação feita pela Bloomberg, houve queda nas ações das fabricantes de display na Ásia. A Japan Display caiu 4,4%, a Sharp, 3,3% e a Samsung, que atualmente fornece telas para a Apple, registrou baixa de 1,3% no início dessa segunda-feira (19).
Controlar a tecnologia MicroLED seria uma oportunidade de ouro para a Apple, porque assim ele poderia garantir uma grande vantagem competitiva frente à Samsung, que fabrica as OLED e seus próprios displays. “Qualquer um pode comprar uma tela OLED ou LCD. Mas a Apple pode dominar as MicroLED”, projeta o analista de mercado Ray Sonera.
Além da Samsung, fornecedora das OLED para o iPhone X, outra que pode ser dar mal com essa notícia é a LG, que atualmente vende as telas que estão nos Apple Watches.
Prédio do projeto secreto fica próximo ao quartel-general da Apple
A iniciativa, batizada de T-159, conta com 300 engenheiros e vem sendo supervisionada pela executiva Lynn Youngs, veterana da casa e que já ajudou no desenvolvimento das touch screens do iPhone e do iPad e agora também engloba o monitoramento sobre o trabalho também com os Apple Watches.
O prédio que abriga todo mundo tem 62 mil metros quadrados e fica em Santa Clara, a 15 minutos de carro do campus Apple Park, em Cupertino. Em uma outra instalação próxima ele fazem o que chamam de “transferência de LED”, o processo de posicionamento de pixels em uma tela MicroLED. A companhia comprou a propriedade intelectual para tal ao adquirir a startup LuxVue em 2014.
Laboratório da Apple que concentra as pesquisas sobre as MicroLED em Taiwan
Desde 2015, um laboratório de pesquisa de displays em Taiwan, batizado genericamente de “Technology Center”, vem ajudando com testes e enviando para serem experimentados nos Estados Unidos.
Um porta-voz da Apple preferiu não fazer comentários e nem confirmar nada disso. Mas dado os indícios, a empresa vem mesmo tramando lançamentos que prometem causar um significativo impacto no mercado nos próximos anos.