Agulha óptica pode revolucionar cirurgias pouco invasivas

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Pacientes, se pudessem optar, sempre escolheriam se submeter a cirurgias pouco invasivas. Além de promover uma recuperação mais rápida no pós-operatório e garantir uma cicatrização mais sutil, elas são... bem, pouco invasivas. Acontece que, para médicos, isso pode ser um desafio, porque a superfície disponível para se trabalhar é mais restrita. Mas isso pode mudar em breve: cientistas criaram uma agulha ultrassônica óptica capaz de revolucionar esse tipo de cirurgia.

agulha optica

A pesquisa que apresenta a ferramenta, publicada no periódico Light: Science & Applications, explica que a agulha funciona por meio de duas fibras ópticas internas. A primeira delas opera emitindo pulsos ultrassônicos que produzem flashes de luz, enquanto a outra fibra identifica esses flashes que são refletidos pela pele do corpo.

'Pegamos esses dispositivos e os levamos a um modelo pré-clínico e mostramos que é possível ver o tecido melhor até do que esperávamos', explica Malcolm Finlay, cardiologista e um dos pesquisadores por trás do estudo

Atualmente, médicos têm de se guiar por meio de imagens pré-operatórias a fim de visualizar tecidos moles e órgãos para se prepararem para as cirurgias minimamente invasivas.

Com a agulha óptica, as imagens podem ser visualizadas em tempo real. “O processo todo acontece extremamente rápido, dando uma visão em tempo real sem precedentes do tecido mole”, afirma Richard Colchester, coautor do estudo, por meio de comunicado. “Ele fornece aos médicos uma imagem ao vivo com uma resolução de 64 microns, que é equivalente a apenas nove glóbulos vermelhos, e sua sensibilidade fantástica nos permite diferenciar prontamente os tecidos moles", completa.

agulha

O também coautor do estudo, Adrien Desjardins, aponta ainda que “usando fibras ópticas baratas, conseguimos obter imagens de alta resolução utilizando pontas de agulha menores que 1 milímetro”. Ele também comenta que todo “ultrassom óptico fornece imagens de alto desempenho a partir do corpo usando componentes que são facilmente integrados em uma ampla gama de dispositivos médicos muito pequenos”.

Até o momento, o recurso foi utilizado apenas em cirurgias feitas em corações de porcos, mas a ideia é aplicar em breve a mesma ferramenta a outros procedimentos que também sejam minimamente invasivos e possam ser realizados em humanos. Finlay comenta que, no futuro, esse tipo de procedimento pode ser aplicado para cirurgias dentro do ventre e em fetos, por exemplo.

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