Não são tempos fáceis para a Uber.
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O chefe de finanças da empresa, Gautam Gupta, está dizendo adeus ao negócio, deixando para Travis Kalanick a difícil tarefa de preencher um de seus postos mais preciosos e desafiadores. O pior: o momento da notícia da saída do executivo coincide com o da divulgação dos resultados do negócio durante o primeiro trimestre de 2017. E os números não são nada bons.
Segundo a Business Insider, o Uber perdeu US$ 708 milhões de janeiro a março. O valor é menor do que o perdido pela empresa no trimestre anterior, de setembro a dezembro de 2016. Durante o período, a empresa de Kalanick ficou US$ 991 milhões no vermelho.
O faturamento registrado nos primeiros meses deste ano cresceu. O aumento foi de 18%, chegando a US$3,4 bilhões.
A Uber é avaliada em US$ 69 bilhões por investidores
Não há como saber exatamente quanto dinheiro a Uber já perdeu. Como não tem capital aberto, a companhia não é obrigada a divulgar seus números ao mercado. Ela apenas o faz aos seus investidores privados, durante teleconferências que, até então, eram lideradas por Gupta. Nos primeiros seis meses de 2016, de acordo com informações obtidas pela Bloomberg a partir de uma dessas ligações, a Uber já somava perdas de, pelo menos, US$ 1,27 bilhão.
A empresa começou a abrir alguns dados ao mercado no começo deste ano. Para muitos analistas, o movimento pode ser encarado como uma prospecção para um futuro IPO (abertura de capital na Bolsa de Valores).
Atualmente, a Uber é avaliada em US$ 69 bilhões por investidores. Eles acreditam no potencial da empresa de substituir os serviços de taxis pelo mundo e estender seu alcance para outras operações – como o serviço de delivery de alimentos UberEATS, por exemplo.
A verdade, contudo, é que a companhia vem enfrentando problemas. A começar pelas denúncias de assédio e preconceito de gênero que algumas ex-funcionárias alegaram sofrer enquanto trabalhavam lá. Em março deste ano, o Jeff Jones, que ocupava o posto de presidente, e outros executivos decidiram se desligar da empresa por conta da quantidade de polêmicas envolvendo não só ex-funcionárias, mas a remuneração dos motoristas e processos trabalhistas.
A última má notícia veio ainda esta semana: um processo da Waymo, a empresa que nasceu a partir de um projeto de carros autônomos do Google, acusando a Uber de ter roubado sua tecnologia.
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