A última vez que a Porsche e a Audi se uniram pra fazer um carro, lá em meados da década de 90, o resultado foi a insana perua RS2 Avant, uma verdadeira fábrica de adrenalina, lágrimas de alegria e mal-estar constantes em função da velocidade e da capacidade louca de fazer curvas.
Pois bem: os tempos mudaram a prioridade não é mais a emoção, mas a tecnologia – e disso, convenhamos, tanto a Audi quanto a Porsche entendem bem. Matthias Mueller, CEO do Grupo Volkswagen, detentor das duas marcas, anunciou que a parceria tem como objetivo “unificar o desenvolvimento de veículos entre as duas companhias de carros de luxo”.
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A ideia, segundo o executivo, é que os veículos passem a compartilhar a estratégia de arquitetura no futuro. Isso significa que é possível que, eventualmente, alguns modelos tanto da Audi quanto da Porsche passem a utilizar as mesmas plataformas, módulos, componentes e até mesmo tecnologias. Os projetos serão conduzidos por equipes das duas marcas e as ações serão definidas em um planejamento que vai até 2025.
Essa fusão vem em um período bastante peculiar, já que o Grupo Volkswagen se recupera de um baque considerável sofrido em função do escândalo “Dieselgate” lá fora. O episódio acabou custando à Audi dois importantes executivos da área de pesquisa e desenvolvimento e o responsável pela parte de divisão de eletrônicos – que possibilitou avanços significativos em relação aos trabalhos de direção autônoma e tecnologia de baterias.
Com isso, não há como não notar que o esforço conjunto também serve como uma tentativa de compensação em um momento crucial de desenvolvimento para veículos elétricos e autônomos no futuro – que, embora a segunda parte seja algo mais familiar para a Audi, os propulsores elétricos da montadora de Stuttgart já são uma realidade em projetos como o Mission E.
Tudo ainda indica que é o fim de anos de estímulo de competição entre as marcas. A Porsche, por exemplo, desenvolveu sua plataforma MSB, utilizada no grand tourer Panamera, que vai ser usada também no próximo modelo Continental da Bentley, marca da qual a VW também é dona. O ponto aqui é que, além disso, a Audi desenvolveu uma plataforma muito parecida, mas que não “venceu” a disputa.
Não há qualquer indício de quando os primeiros frutos dessa parceria vão começar a aparecer. Ainda assim, vale notar que projetos individuais, como é o caso da linha E-Tron da Audi e o próprio Mission E da Porsche, não sofrerão qualquer tipo de impacto e seguem seus planos originais com as marcas que lhes deram origem.
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