(Fonte da imagem: Eko Atlantic)
Com diversas alterações climáticas previstas para um futuro não muito distante, algumas cidades estão mais propícias a presenciar desastres naturais, como a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, e Lagos, na Nigéria. Foi pensando em evitar catástrofes ambientais como inundações e tempestades que a cidade nigeriana multibilionária Eko Atlantic – do tamanho da nova-iorquina Manhattan – “emergiu” em 2008.
Com o objetivo de evitar a erosão costeira e salvar a cidade de Lagos das forças do oceano, a promissora potência também espera ser uma das maravilhas do século 21. Além disso, o local deve se tornar o catalisador econômico responsável por elevar a região de Lagos, transformando-a no “novo epicentro financeiro da África Ocidental até o ano de 2020”.
De acordo com o jornalista do The Guardian, Martin Lukacs, “os investidores estão usando as possíveis ameaças climáticas como uma razão para construir uma cidade financeiramente inacessível”. Eko Atlantic pretende disponibilizar moradias para 250 mil pessoas e empregos para mais 150 mil.
(Fonte da imagem: Eko Atlantic)
O lar dos milionários?
No entanto, quem fará parte da população da nova cidade ainda é um verdadeiro mistério. Cerca de 70% da população de Lagos vive em barcos e casas flutuantes – a quase dois quilômetros de distância da Eko Atlantic. A comunidade de pessoas que vive em residências móveis foi forçada a deixar a região devido ao rápido desenvolvimento da nova potência nigeriana.
Será mesmo que essas pessoas serão realocadas para a “nova maravilha do séculos 21”? Ou serão os investidores e outros milionários – e suas corporações – que cercam essa nova superpotência financeira?
Enquanto uma barreira poderia ajudar a proteger Lagos contra tempestades e outras catástrofes naturais, a projeção de uma cidade, aparentemente para uma elite econômica, pode não ser a solução mais eficaz para evitar mudanças climáticas e a desigualdade social visivelmente presente na região.
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