Andar pelas ruas brasileiras nos permite encontrar um padrão já faz algum tempo. Já faz alguns anos que se tornou comum que vejamos pessoas andando com seus smartphones nas mãos enquanto digitam suas mensagens.
Agora, outro tipo de uso está sendo visto com certa regularidade. Estamos falando das caças em Pokémon GO, nas quais os jogadores precisam estar sempre atentos à aproximação de algum monstrinho.
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Não demorou para que o game da Niantic explodisse nas lojas digitais em todo o mundo — e aqui no Brasil a história se repetiu, como você já deve ter percebido. Mas será que a febre Pokémon GO tem uma data marcada para baixar? Há quem diga que sim.
Analistas de mercado de todo o mundo apontam para alguns comportamentos dos consumidores de Pokémon GO e que já foram vistos em outros jogos no passado. Confira agora o que pode indicar que a caçada Pokémon pode perder o fôlego em breve.
Ascensão e queda
Pokémon GO foi um dos games que melhor soube aproveitar a “hype” no mercado mobile. Não contou com dezenas de trailers mostrando detalhes que não seriam aproveitados no começo do game e também não contou com atrasos no lançamento — se alguém aí conhecer o pessoal do “No Man’s Sky”, pode avisar da indireta.
Mais de 20 milhões de usuários ativos nas primeiras semanas do game
Na metade de julho, Pokémon GO foi considerado o recordista de jogadores ativos diários pela Business of Apps. Somente nos Estados Unidos, ele conseguiu reunir mais de 20 milhões de pessoas jogando no mesmo dia e ultrapassou enormes sucessos, como Candy Crush Saga e Draw Something. Na ocasião, cogitava-se até mesmo que o game chegasse a superar o Snapchat no mercado de Android.
Mas não contavam com o fator “novidade”. Depois do “boom” das instalações, Pokémon GO viu que nem toda a base instalada permaneceria ativa na jogatina de realidade aumentada. Na segunda metade de julho, o game começou a perder a força e os jogadores diários foram reduzidos em cerca de 25% — perto de 12 milhões de pessoas a menos.
Será que vão restar só zubats?
Se a projeção fosse feita linearmente, poderíamos dizer que Pokémon GO seria completamente abandonado até a metade de dezembro. Bem, felizmente as coisas não funcionam assim, não é mesmo?
Velocidade assustadora
O que mais deixa os analistas surpresos é a velocidade com que Pokémon GO chegou ao topo das paradas. Enquanto Angry Birds levou 9 meses para chegar a 20 milhões de celulares, Pokémon GO atingiu os 100 milhões em pouco mais de 1 mês.
Só que, ao mesmo tempo em que esse início avassalador acontece, também há como imaginar que a queda virá velozmente. Existem estudos mostrando que somente 22% (em média) dos usuários permanecem com os games instalados após 1 mês. Ou seja, se seguisse a média, Pokémon GO começaria setembro com apenas 22 milhões de jogadores ativos globalmente.
Há análises que apontam para uma retenção de apenas 22% nos apps de Android após o primeiro mês
Acha que isso é absurdo? Pois segundo o ArsTechnica o número de jogadores ativos hoje está bem perto disso, pois 33 milhões de caçadores Pokémon continuam realizando suas jornadas no game.
Ao mesmo tempo, outros analistas discutem que há chances de vermos números melhores no game. Andrew Chen, por exemplo, afirma que a redução na base instalada para Pokémon GO terá um ritmo mais lento.
Queda também deve perder força, segundo Andrew Chen
Ele diz que os apps que chegam ao top 10 se comportam de modo similar. Depois de perder 25% da base logo na primeira semana de disponibilidade, é esperado que outros 25% sejam perdidos ao longo de 3 meses — não em um período tão curto como a análise mostrada anteriormente.
O outro lado
Mesmo que realmente exista uma enorme perda em valores absolutos, estima-se que Pokémon GO permaneça como um grande aplicativo por um longo tempo. Analistas conservadores apontam para números próximos aos 26 milhões de jogadores ativos na metade de 2017 e 11,23 milhões na metade de 2018.
Caso tudo isso se concretize, será que as previsões de faturamento de Pokémon GO vão se concretizar? Vale lembrar que há quem espere que o game possa chegar ao valor de US$ 1 bilhão em até 3 anos.
Mesmo com a queda nos acessos, Pokémon GO pode manter mais de 10 milhões de jogadores ativos até 2018
Em resumo: há grandes chances de que a febre Pokémon GO passe — e para muitos ela já passou mesmo —, mas certamente existe um legado que vai ser deixado pelo game.
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