Embora acidentes por conta de distrações diversas já existissem antes dos celulares – seja em uma batida de carro na qual um dos motoristas foi checar os filhos no banco traseiro ou quando você esbarra em alguém lendo um livro na rua –, é fato que a tecnologia ajudou a criar mais estímulos que tiram sua atenção das tarefas. Junte a esse cenário um game viciante e com suporte a realidade aumentada e temos tragédias como a ocorrida recentemente no Japão, em que um homem atropelou e matou uma pedestre enquanto jogava Pokémon GO.
A ocorrência marcou o primeiro acidente fatal envolvendo o jogo mobile da Niantic no país. De acordo com a polícia local, o condutor seria um fazendeiro de 39 anos que, brincando no game enquanto dirigia sua caminhonete pelas ruas da zona rural de Tokushima, não percebeu que duas pessoas estavam atravessando a via. Uma senhora de quase 70 anos morreu na hora, enquanto a outra vítima fraturou a bacia e foi internada em um hospital da região.
Os japoneses estão entre os mais aficionados por Pokémon GO
Esse foi o 79º caso mais grave envolvendo o aplicativo por lá, apesar de mais de mil multas e notificações já terem sido aplicadas a cidadãos que estavam jogando a aventura AR de um jeito que poderia colocar elas e outras pessoas em risco. Isso mostra que, longe de estar em uma campanha para demonizar o app – como ocorre em algumas nações e já quase aconteceu por aqui –, as autoridades japonesas parecem estar tentando evitar que o pior aconteça em relação a um game baseado em uma franquia que nasceu e cresceu no Japão.
Para revolta dos jogadores nipônicos, por exemplo, o país recebeu Pokémon GO bem depois de outros mercados. Esse tempo, no entanto, foi usado para que o governo distribuísse panfletos de segurança a respeito do game – com dicas que vão desde carregar um powerbank em suas andanças até a evitar lugares remotos – e implementasse uma série de sinalizações pela região, proibindo que a jogatina fosse feita em templos ou outros locais turísticos mais visitados.
As chances são que se um acidente com vítimas fatais como esse acontecesse por aqui, o app seria bloqueado mais rápido do que o WhatsApp no vídeo clássico do Porta dos Fundos. Vale notar que, embora prefeituras, departamentos de polícia e até algumas igrejas brasileiras tenham usado as redes sociais para falar sobre como jogar Pokémon GO de maneira segura, o Brasil ainda deixa bastante a dever quando o assunto é o suporte ao cidadão fora da internet – principalmente em comparação aos japoneses. Será que educar não é a melhor prevenção?
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