Este é um artigo pessoal e as opiniões desta matéria não necessariamente refletem a opinião do TecMundo Games.
Depois de muito tempo de espera e jogadores ansiosos para colocar as mãos no game desde aquele trailer impressionante no fim de 2015, Pokémon GO finalmente chegou. Eu, como fã de longa data da série (daqueles que até participaram de torneios na Liga Oficial brasileira e que já gastaram algumas milhares de horas treinando monstrinhos), não nego ter sido levado pelo hype, de início.
Lentamente, no entanto, minhas esperanças de viajar pelo mundo, pegando monstrinhos e enfrentando treinadores, se tornaram apreensão. Foi só começar a jogar que meus temores se confirmaram: Pokémon GO é um ótimo game, mas ele está longe de ser uma representação digna do que é a verdadeira experiência da série.
Temos Que Pegar... E só?
Antes de tudo, é bom deixar claro que Pokémon GO foi um passo muito interessante para a série, principalmente pelo fator social que ele agregou a uma franquia cujo máximo de “interação” era trocar monstrinhos com outro jogador. A maneira como você deve buscar novos pokémons também é interessante e divertida, incentivando as pessoas a explorarem o mundo fora de suas casas enquanto tentam “pegar todos”.
Mas no meio de tudo isso, não consigo deixar de me perguntar: "E depois de pegar os pokémons?" Bem, você pode enfrentar batalhas em ginásios... E... Hmmm... Pegar mais pokémons? Pois é. Não há muito mais do que isso no app para fazer.
Viva! Meu centésimo Charmander! Mas o que eu faço com eles agora...?
É importante notar que isso, na verdade, não é uma ideia ruim por si mesma. De fato, muitos games online e apps de celular seguem mecânicas igualmente simplistas; que o diga, por exemplo, o próprio Ingress, o game da Niantic que antecedeu Pokémon GO: com a proposta de disputar o domínio pontos específicos nas cidades, o título foi um sucesso considerável.
Isso, por outro lado, deixa evidente o ponto que me faz questionar toda a experiência de Pokémon GO: Pokémon não é só isso. Não é só uma questão de pegar monstrinhos, mas de montar seu time e usar suas criaturas para desafiar outros em batalhas que pedem muita estratégia.
Da estratégia para a falta completa dela
A esse ponto, uma centena de leitores deve estar dizendo algo como “mas Pokémon GO tem batalhas!” Sim, é possível enfrentar monstrinhos nos ginásios e, eventualmente, você vai poder desafiar até mesmo seus amigos para uma batalha pokémon. Mas aquilo trazido pelo app dificilmente pode ser comparado aos principais títulos da série.
Não, não estou me referindo ao sistema de IVs e EVs ou mesmo das naturezas dos monstrinhos e todas aquelas coisas exageradamente complicadas que apresentamos tempos atrás em nosso guia; essas são mecânicas que simplesmente não se encaixariam em um app como Pokémon GO. Estou falando, por exemplo, de oferecer ao menos um sistema de atributos mais “completo” ou ataques que permitem um mínimo de estratégia – seja para poder buffar meus monstrinhos ou debilitar meu oponente.
Pokémon GO, por sua vez, oferece uma jogabilidade extremamente rasa. O app traz apenas o mínimo necessário para lembrar os combates no game, com o sistema de pedra-papel-tesoura nos elementos. De resto, os combates se resumem a mandar uma chuva de ataques o mais rápido possível, com golpes que seriam praticamente idênticos se não fossem as animações diferentes que eles exibem.
Ver uma batalha de ginásio em Pokémon GO é quase tão divertido quanto seu primeiro duelo contra Green em Pokémon R/B/Y
Se isso é algo completamente ruim? Novamente, não. Como falamos antes, as mecânicas trazidas em Pokémon GO são bastante competentes, e seriam perfeitas em muitos outros jogos. Mas trazer combates medíocres para uma série que gira em torno desse elemento é como ter apenas metade de um game.
A mais vazia jornada pokémon
No fim das contas, não há como deixar de lado o fato de que o Pokémon GO que temos em nossos smartphones é apenas uma fração do que a Niantic deseja para o game. Logo, não seria surpresa se, durante os próximos meses, o game se tornasse uma experiência completamente diferente daquela que estamos vendo, com mecânicas mais interessantes e mais novidades – exatamente como aconteceu com a série original, através dos anos.
Vendo que, no lugar disso, a desenvolvedora parece determinada a lançar atualizações que frustram os jogadores e dificultam um game cuja abordagem veio exatamente para ser acessível ao público, fica difícil pensar que o futuro de Pokémon GO será bom como desejamos.
Via TecMundo Games.
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