GeForce GTX 780 Ti Kingpin Edition - A 'Besta' das Placas de Vídeo

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Não é de hoje que as indústrias fabricantes de componentes buscam a supremacia com seus produtos. Fabricantes como EVGA, ASUS, Gigabyte e outros gigantes vêm constantemente aprimorando seus produtos em sua busca e isso ocorre ainda mais incisivamente com as placas de vídeo, hit principal do mercado de máquinas gamer — mercado em constante ascensão.

Antes de tudo, é preciso entender a diferença entre GPU e placa de vídeo. A GPU é apenas o processador gráfico enquanto a placa de vídeo é toda a arquitetura construída em torno desse processador para que ele possa funcionar adequadamente.

Sempre que a NVIDIA ou a AMD (as duas maiores fabricantes de chips gráficos para o PC) lançam uma nova GPU, esta é projetada e montada em uma placa de referência. Esse modelo serve como base para que as fabricantes de placas criem os seus próprios modelos.

Na maioria dos casos, cada um realiza uma série de mudanças na placa, alterando seu sistema de refrigeração na BIOS (Basic Input Output System). Desta forma é possível atingir maiores frequências de trabalho e garantir mais desempenho.

Grande parte, contudo, resume-se a trazer um firmware alternativo e um sistema de refrigeração personalizado, geralmente mais eficiente que aquele desenvolvido no modelo de referência.

Entretanto, esses modelos estão muito aquém do desenvolvimento de um novo projeto, em que são utilizados os mesmos chips e características da GPU (processador gráfico) e memórias, porém uma placa de circuito impresso completamente diferente, com sistema de alimentação, refrigeração e projeto completamente modificados.

Podemos ver, por exemplo, no caso da GPU citada no título, a GTX 780 Ti, que existe nos modelos Direct CU II e Matrix (ASUS), Lightning (MSI) e Hall of Fame HOF (Galaxy).

Existem alguns casos em que a modificação é extrema, como é o caso da GeForce GTX 780 Ti Kingpin Edition. O modelo criado pela EVGA foi modificado ao extremo para garantir que os gamers e entusiastas mais exigentes — incluindo overclockers profissionais — possam espremer o máximo de desempenho da GPU.

Quais as diferenças entre esse modelo e as placas de referência?

Uma das modificações do modelo é a pré-preparação feita pela EVGA, que permite que a placa possa receber sistemas de refrigeração baseados em nitrogênio líquido, sistema utilizado por overclockers profissionais que querem bater recordes.

A Kingpin possui 14 fases para a alimentação do processador gráfico e 3 para as memórias, enquanto a placa de referência tem somente 6 para a GPU e 2 para as memórias.

O chip gráfico é selecionado e as memórias são Samsung, reconhecidas por seu desempenho e qualidade entre os fabricantes de memórias para placas de vídeo, enquanto na placa de vídeo de referência o chip pode ser de diversos outros fabricantes, ou seja, tem a capacidade e a elasticidade em overclocking variável.

Isso significa que, ao escolher uma Kingpin, o overclocker não precisa contar com a sorte (ou azar) de ter uma placa de vídeo com chips de qualidade ou não.

Ela chega ao consumidor com uma frequência de fábrica ajustada a 1.072 MHz (Boost a 1.137 MHz), enquanto uma placa de referência comum trabalha a 876 (Boost a 928 MHz). As memórias, para ambas as placas, trabalham à frequência de 7 GHz (efetivo), o que representa 1.750 MHz que podem ser verificados no GPUz.

No caso específico das memórias, percebemos um detalhe. Em benchmarks sintéticos, mesmo quando utilizadas as mesmas frequências, os scores providos pelas memórias Samsung foram melhores que os utilizados pela placa de referência (que, no caso, utilizava chips Hynix).

Dual BIOS

A Kingpin possui dual BIOS (selecionáveis através de chave seletora), o que é um alento para quem deseja utilizar a placa em condições extremas, ou mesmo em caso de uma atualização ou troca de BIOS. Isso quer dizer que, se houver algum problema neste procedimento, ela poderá ser facilmente recuperada.

Além de trazer um chip de alta capacidade para overclocking, os componentes utilizados na placa também são diferenciados. Indutores robustos, capacitores de qualidade superior, PCB com melhor qualidade e melhor soldagem de componentes, entre outras, são algumas das vantagens da placa.

O exemplar testado pôde trabalhar severamente a 1.250 MHz no processador gráfico e 1.900 MHz na frequência de suas memórias, sem nenhuma requisição extra de tensão, ou seja, exatamente do jeito que ela é entregue ao consumidor.

É possível fazer com que uma placa de referência trabalhe também nessas condições, mas, além de ser difícil (e precisar ter a sorte de encontrar uma placa com um chip que seja capaz), com certeza suas temperaturas vão ser muito mais altas e seus componentes muito mais exigidos.

Além do mais, é possível que o modelo sofra com “throttling” (diminuição da atividade) com muito mais frequência, além do fato de trabalhar sob maior exigência, o que pode trazer mais suscetibilidade a danos aos componentes, diminuindo consideravelmente a vida útil da placa.

Para maior clareza, o Turbo Boost 2 é um recurso que faz o controle da placa para que esta não ultrapasse 83 °C nas GTX 780 Ti. Para garantir isso, sempre que ela ultrapassa esse valor, o driver de vídeo diminui a frequência da GPU para que ela se mantenha com uma temperatura estável. No caso da Kingpin Edition, pudemos verificar que este se mantém por muito mais tempo aquém deste limite, o que no final das contas traz uma média significativamente maior na média de fps (frames por segundo).

Sistema de gerenciamento completo

Como se não bastasse tudo o que foi dito, ela é compatível com o EVbot (dispositivo da EVGA que, plugado à placa, permite realizar alterações das tensões da GPU, memória e PLL) e também com o EVGA Precision,  software que permite ao usuário a realização do overclocking na placa de maneira muito fácil e intuitiva.

Acompanhando o vídeo, você poderá conhecer mais sobre ela e também ver esse "monstro" a 1.960 MHz, mais de 100% de overclocking, o que representaria "bater" duas placas similares. Também poderá saber mais sobre o trabalho de isolação e preparação de uma placa de vídeo para overclocking extremo.

A definição para esta placa, que sai de fábrica preparada para o máximo sem nenhuma necessidade de alteração (bismods, voltmods ou zombies) e para uso em condições extremas, não poderia ser outra: "A Besta".

Texto por Ronaldo Buassali

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