Pouco tempo depois de lançar a GeForce GTX 680, a NVIDIA já anunciou um modelo superior: a GeForce GTX 690, que não é apenas uma placa de vídeo mais poderosa: são duas. Enquanto a GTX 680 trabalha com um único chip Kepler GK104, a GTX 690 traz duas GPUs na mesma placa. Sabendo disso, multiplique por dois praticamente todos os recursos da placa anterior e tenha uma das placas de vídeo mais poderosas — e caras — do mundo.
Por trazer o mesmo chipset que a GTX 680, a GTX 690 também possui os mesmos recursos, além de oferecer um desempenho quase idêntico a duas GTX 680 trabalhando em modo SLI, mas consumindo cerca de 100 watts a menos de energia, ocupando menos espaço, fazendo menos barulho e liberando menos calor dentro do gabinete.
Mas como fazer para colocar duas placas de vídeo onde só cabe uma? Alterando as leis da Física? Não, trabalhando com um design energético mais eficiente. Muitos dos componentes que serviam para “sustentar” apenas uma GPU agora precisam dar conta de duas.
Nesse ponto, a arquitetura Kepler se mostra eficiente energeticamente. Se colocarmos lado a lado uma GeForce GTX 590 e uma GTX 690 — ambas dual-chip —, vemos que o primeiro modelo consome cerca de 65 watts a mais, o que resulta em mais calor para ser dissipado dentro do computador.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
O design da placa de vídeo também precisa ser extremamente eficiente. Se dissipar o calor de apenas uma GPU já é uma tarefa complicada, como fazer com duas? A equipe de design da NVIDIA abordou esse tema de maneira inteligente, criando um design exclusivo que é ao mesmo tempo bonito e eficiente.
Especificações técnicas
Design da placa
Para acomodar as duas GPUs GK104 adequadamente, é preciso que a placa seja relativamente comprida; para ser mais exato, 30 centímetros. O design industrial da peça reflete o desejo da NVIDIA de construir um equipamento não somente poderoso, mas eficiente e de muito bom gosto esteticamente. A NVIDIA compara o design da GeForce GTX 690 com o bloco do motor de um carro de Fórmula 1, com sua aparência de metal cru, com parafusos e aletas expostos.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
A carcaça que cobre os dissipadores é feita com dois materiais diferentes: alumínio fundido com um revestimento de cromo trivalente, o que dá um aspecto fosco muito bem acabado ao material. O ventilador central é construído com ligas de magnésio, ajudando a garantir a durabilidade e a dissipação de calor, ao mesmo tempo em que faz menos barulho.
Para resfriar as duas GPUs, a NVIDIA empregou uma nova tecnologia na GTX 690: trata-se das câmaras de vapor. No interior de cada uma delas existe uma pequena quantidade de água purificada. À medida que a GPU aquece, essa água evapora, levando consigo o calor do chip no processo.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
Assim que esse vapor sobe, ele é resfriado e condensa e o processo reinicia. É como se fosse um pequeno water-cooler, mas sem a necessidade de tubulações, uma vez que todo o sistema é completamente vedado.
Os dois dissipadores de calor foram esculpidos para garantir a máxima eficiência do fluxo do ar proporcionado pelo ventilador central, ao mesmo tempo em que a sua forma ajuda a evitar turbulências e, consequentemente, ruídos que certamente seriam um incômodo para os ouvidos.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
Para completar, a parte de cima da placa traz duas janelas transparentes construídas com policarbonato, por onde é possível ver em detalhes os dois dissipadores de calor que ficam em volta do cooler de 80 mm.
Os dois conectores de energia de 8 pinos encontram-se na parte de cima da placa, ao lado do letreiro “GeForce GTX” verde, que se ilumina quando a placa é ligada. No mesmo lado encontra-se um único conector SLI, responsável por garantir que sistemas quad-SLI sejam montados, colocando-se duas GTX 690 em paralelo.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
Na parte da frente temos dois conectores DVI-I, um conector DVI-D e uma saída mini Display Port. Ao lado deles, uma pequena saída de ar para ajudar na dissipação do calor gerado pela placa.
Poder de processamento
Cada um dos chips GK104 possui 1.536 núcleos CUDA, 128 Unidades de Textura e 32 ROPs para um total de 3.072 núcleos, 276 TMUs e 64 ROPs. Cada GPU possui 3,54 bilhões de transístores, totalizando o número impressionante de mais de 7 bilhões de transístores somente nas duas GPUs.
Com, isso é possível ter quase o dobro de processamento de uma GeForce GTX 680, que já é uma placa de poder impressionante.
Uma tela é pouco
Uma tendência que vem crescendo muito nos últimos tempos é a de se adicionar vários monitores, seja para trabalhar ou, principalmente, para jogar. A AMD saiu na frente lançando o Eyefinity, mas a NVIDIA não ficou para trás e apresentou o 3D Vision Surround. Com ele é possível ligar várias telas na mesma placa, expandir o campo de visão a aproveitar efeitos incríveis em três dimensões.
Com a GeForce GTX 690, é possível ter até quatro telas ligadas simultaneamente na mesma placa, sendo que três delas podem ser utilizadas para os jogos e a quarta para exibir outros aplicativos rodando no computador.
Just Cause 2, rodando em três telas. (Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)
Graças ao poder trazido pela GeForce GTX 690, você pode jogar em resoluções antes impossíveis, como 5760x1080 pixels, sem muitas quedas de desempenho, mesmo em títulos de última geração e com recursos gráficos configurados no máximo.
Recursos da nova geração
Uma placa de vídeo não é feita apenas de transistores e clocks velozes. Para garantir o conjunto da obra, é preciso incorporar recursos gráficos de última geração nas placas, e foi isso o que a NVIDIA fez na família GTX 600.
O Adaptive Vsync veio para oferecer um equilíbrio quase perfeito entre a qualidade de imagem e a velocidade. O Vsync, ou sincronização vertical, faz com que a taxa de atualização da tela fique em perfeita sincronia com os quadros renderizados pela placa de vídeo.
The Elder Scrolls V: Skyrim (Fonte da imagem: Reprodução/NVIDIA)
Através disso, é possível eliminar quebras que surgem na tela durante a movimentação, já que algumas cenas são mais complexas e levam mais tempo que outras para serem renderizadas pela GPU.
Para garantir um visual com animações mais perfeitas, o Vsync precisa ser ativado. Porém, esse recurso sacrifica a velocidade porque nivela “por baixo” a velocidade de processamento das imagens.
O Adaptive Vsync trabalha de uma forma inteligente: quando a GPU está com folga e o framerate está elevado, a sincronização vertical é ativada automaticamente. Assim que as cenas começam a apresentar uma taxa de quadros menor, o Vsync é desativado, garantindo a velocidade que a placa de vídeo precisa.
GPU Boost
A NVIDIA incluiu na arquitetura Kepler um recurso chamado GPU Boost. Com ele, a placa pode ter mais poder de fogo em momentos de necessidade. Na placa, existem diversos sistemas de monitoramento que verificam constantemente as temperaturas, as tensões, o consumo da memória e o consumo de energia da GPU.
(Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)
Com esses dados “em mãos”, o GPU Boost pode aumentar significativamente — dinamicamente — a frequência do processador. A GPU possui um clock base; esse valor é o mínimo que a placa de vídeo vai apresentar. O clock máximo não existe, uma vez que não há um limite máximo fixo até que a placa atinja o “teto” do TDP.
Qualidade de imagem superior
O PhysX é um sistema de aceleração de física que acompanha todas as GPUs de última geração da NVIDIA. A origem do mecanismo é a PPU (Physics Processing Unit – Unidade de Processamento de Física), criada pela AGEIA Technologies. A NVIDIA adquiriu a empresa em 2008 e incluiu esses aceleradores de física nas suas GPUs.
Esse recurso pode gerenciar efeitos como explosões, roupas, cabelos e uma infinidade de objetos simultaneamente, proporcionando efeitos de partículas e iluminação muito mais reais.
(Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)
Outra ferramenta importante trazida pela GeForce GTX 690 é a TXAA, um novo modelo de anti-aliasing. O “T” da sigla significa filtro temporal, e o “AA” é o anti-aliasing propriamente dito.
O que ele faz é oferecer quase a mesma qualidade apresentada pelos filmes de computação gráfica, com imagens mais limpas principalmente em cenas com movimentação mais intensa. Além disso, esse recurso é mais otimizado, não prejudicando muito o desempenho dentro das aplicações.
GeForce Experience
Para garantir a máxima compatibilidade com o grande volume de novos títulos que são lançados regularmente, as fabricantes de GPUs precisam assegurar a atualização dos drivers com velocidade. A NVIDIA já faz isso; contudo, para os jogadores, pode ser um pouco difícil acompanhar todas as mudanças e novos lançamentos de drivers.
Para resolver esse problema, a empresa está lançando o aplicativo GeForce Experience. A ferramenta é um sistema de notificação que pode avisar, baixar e instalar automaticamente um novo driver assim que ele estiver disponível.
(Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)
Outro recurso oferecido por ele é a regulagem automática das configurações de vídeo para os games. Como cada um requer perfis específicos, alterar um de cada vez pode ser cansativo se você tiver muitos jogos instalados.
Preparação para os testes
Analisar os dados é importante, mas o que interessa mesmo é o poder da placa. Será que as duas GPUs presentes na GTX 690 são suficientes para garantir muita velocidade dentro dos jogos? Nós a comparamos com outras placas de vídeo de diferentes categorias; dessa maneira, fica fácil descobrir se ela é mesmo potente.
Nós também colocamos a GeForce GTX 690 lado a lado de uma GeForce GTX Titan, a placa de vídeo mais atual da NVIDIA. Porém, é preciso notar que a Titan possui apenas uma GPU, enquanto a 690 possui duas. todos os testes foram realizados na resolução 1920x1080 pixels.
Configuração da máquina de testes
- Processador: Intel Core i7 3770 (Ivy Bridge) @ 3,40 GHz;
- Placa-mãe: ASUS P8Z77-V Deluxe;
- Memória: 16 GB RAM DDR 3 1.600 MHz;
- Sistema operacional: Windows 8 PRO;
F1 2012
F1 2012 é o mais novo capítulo do game de corrida produzido pela Codemasters. O jogo reproduz com extrema fidelidade as pistas e os carros de todas as equipes que participam do campeonato de automobilismo mais famoso de todos.
A alta taxa de polígonos utilizados nos modelos e os avançados efeitos de luz e sombra podem fazer qualquer placa de vídeo mais simples sofrer para processar todos os dados a uma taxa de quadros adequada.
Frames por segundo. Quanto mais, melhor.
Battlefield 3
Battlefield 3 dá sequência à consagrada franquia de FPS da DICE, acrescentando à fórmula tradicional da série novas possibilidades estratégicas, bem como unidades inéditas e um tratamento gráfico diferenciado. Para aumentar a ação presente no título, a desenvolvedora também acrescentou novos mapas, armas e veículos.
O jogo possui gráficos incríveis e muitos efeitos de luz, fumaça e explosões. Tudo isso em meio a muita ação. Graças a tudo isso, para ter uma experiência completa com o game é preciso possuir um hardware à altura.
Frames por segundo. Quanto mais, melhor.
Crysis 3
O terceiro capítulo do game que se tornou padrão de desempenho para os jogadores do mundo todo finalmente chegou, e com ele a famosa pergunta relacionada às placas de vídeo: “Roda Crysis?”. Isso porque Crysis 3 utiliza uma versão remodelada da CryENGINE 3, oferecendo um padrão visual inacreditável, levando os gráficos a um novo patamar.
O terceiro game da franquia traz um enredo mais consistente que os anteriores e coloca novamente os heróis em um mundo devastado por uma invasão alienígena.
Frames por segundo. Quanto mais, melhor.
Batman: Arkham City
Em Batman Arkham City, o Homem-Morcego deve invadir a prisão de mesmo nome para desvendar o misterioso protocolo 10. Durante os eventos, Batman deverá enfrentar seus piores inimigos. O jogo apresenta um mapa grande para ser explorado, incluindo muitos detalhes e objetos para interação. Tudo isso acaba exigindo bastante das placas de vídeo.
Frames por segundo. Quanto mais, melhor.
Borderlands 2
O segundo game da série Borderlands segue o mesmo estilo do primeiro, com gráficos estilizados e um tratamento visual diferenciado. Desta vez, estão presentes no jogo territórios maiores para a exploração, novos inimigos e uma grande variedade de armas e veículos.
A física foi melhorada e a inteligência artificial também recebeu modificações. Além disso, os efeitos especiais proporcionados pelo PhysX chamam atenção durante os tiroteios.
Frames por segundo. Quanto mais, melhor.
The Elder Scrolls Skyrim
O quinto capítulo da série The Elder Scrolls coloca os jogadores em um mundo absurdamente grande para ser explorado, com quests, inimigos, dungeons e missões para ocupar qualquer aventureiro por muito tempo.
A diversidade nos gráficos coloca dragões e muitos inimigos simultaneamente na tela, com explosões e efeitos de mágica em alta definição em meio a florestas densas, rios e montanhas cobertas de neve. Tudo isso ao mesmo tempo pode acabar pesando um pouco para as placas de vídeo.
Frames por segundo. Quanto mais, melhor.
Heaven Benchmark
O Heaven Benchmark foi desenvolvido para explorar todos os recursos das placas de vídeo, testando os limites do hardware em situações específicas. O teste é baseado no motor gráfico Unigine e utiliza o que há de mais moderno em sistema de iluminação, física e tesselation para determinar o poder da placa de vídeo.
Total de pontos. Quanto mais, melhor.
Valley Benchmark
O Valley Benchmark utiliza a Unigine para testar os limites do hardware. O software mostra uma região montanhosa com uma enorme quantidade de árvores e plantas de variadas espécies em um terreno de 64 milhões de metros quadrados. O Valley também exibe efeitos de luz e variações climáticas, colocando o poder das placas de vídeo à prova.
Total de pontos. Quanto mais, melhor. (Fonte da imagem: )
Vale a pena?
A GeForce GTX 690 não é somente uma placa de vídeo, são duas. Todos os detalhes do equipamento foram criados com a intenção de se desenvolver algo impressionante, seja em capacidade ou até mesmo no design.
Nessa placa, a arquitetura Kepler se mostra bastante eficiente. Mesmo com duas GPUs de última geração em única placa, o consumo energético é relativamente menor que o modelo dual-chip anterior, a GTX 590.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
O encapsulamento criado com alumínio e ligas de cromo e magnésio contribui para manter a placa em uma temperatura estável mesmo sem fazer muito barulho, além de garantir um visual muito bonito.
O desempenho dela é próximo ao da nova GeForce GTX Titan, o que demonstra que a nova arquitetura da NVIDIA é mesmo poderosa, principalmente se levarmos em conta que a Titan possui apenas uma GPU, enquanto a GTX 690 possui duas.
A GeForce GTX 690 é como um carro esporte de luxo: muitos desejam, mas poucos podem tê-la. Sendo assim, poucas pessoas podem ter o privilégio de montar um computador com uma placa dessas. Se levarmos em conta apenas o custo dela, temos um investimento de cerca de R$ 4.000. Junte esse valor ao custo de um computador capaz de oferecer a estrutura que ela merece (e precisa), e você terá uma máquina cara, mas capaz de rodar os jogos com facilidade por um bom tempo.
(Fonte da imagem: Tecmundo)
Você precisa de uma placa de vídeo como essa? Provavelmente não. Nós já testamos outros modelos que apresentam boas taxas de quadros por segundo a preços mais modestos. Porém, investir em um equipamento como esse eliminaria a necessidade de upgrades por muito tempo, já que é mais provável que ela fique tecnologicamente defasada antes de começar a apresentar quedas na taxa de quadros por segundo.
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