Já chegamos à metade da década de 2010 e o mundo mostra ótimos sinais de que está aprendendo a lidar com a pirataria de conteúdos digitais de música e vídeo. Serviços como o Netflix, o Google Play Music e o Spotify, por exemplo, facilitaram o acesso das pessoas a esse tipo de entretenimento por um preço relativamente acessível e foram cruciais na luta contra os downloads ilegais desses conteúdos.
A Noruega, país que declarou a extinção do consumo de música fora da lei, vinha mostrando bons números também no setor de cinema e séries de TV. Porém, segundo a empresa de consultoria Mediavision, a pirataria nessa categoria aumentou 17% no último ano. Cerca de 750 mil noruegueses – 15% da população total – confessaram que consomem filmes a partir de fontes ilegais.
Bode expiatório?
E quem é o principal culpado por esse aumento? De acordo com a Rights Alliance Norway, grupo que luta pelos direitos de propriedade no país nórdico, é graças à popularização do Popcorn Time que as coisas saíram do controle na Noruega. Esse serviço, que pode ser descrito como um Netflix (quase inteiramente) ilegal, surgiu como uma alternativa para os downloads via BitTorrent, talvez o meio mais popular para se baixar conteúdos gratuitamente.
As medidas para corrigir esse problema vão desde punições judiciais para os provedores até mesmo a coleta dos IPs de usuários.
O problema é que enquanto o uso do torrent exigia certo grau de experiência por parte do usuário, o Popcorn Time veicula filmes e séries de TV via streaming, de modo que praticamente qualquer pessoa é capaz de acessá-lo. Isso colaborou demais com o aumento do consumo de conteúdos pirateados não apenas na Noruega, mas no mundo inteiro.
Punição como solução?
As medidas para corrigir esse problema podem ser bastante graves e vão desde punições judiciais para os provedores que permitirem o acesso ao Popcorn Time até mesmo a coleta dos IPs de usuários que fizerem uso dessa plataforma. Caso a situação chegue ao extremo de penalizar o consumidor final, será uma grande decepção para um país que até então soube lidar com o comércio digital paralelo tão bem.
Ainda assim, se a medida servir como exemplo para o Brasil, a coisa pode ficar muito mais feia do que na Noruega.
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