Se você está lendo este artigo isso só está sendo possível graças a algum componente fabricado na China. Não importa como você está acessando o Baixaki. Seja pelo celular, PC ou MAC a verdade é que, de alguma forma, um produto chinês está em funcionamento neste momento. Duvida? Faça o teste.
Verifique o seu teclado, mouse, monitor, peças internas do seu computador ou seu aparelho celular. Original ou “genérico” a probabilidade que ele tenha sido fabricado na China é grande e, a tendência, é que ela se torne ainda maior.
Mas como é possível que os “alternativos” ofereçam uma tecnologia aparentemente mais desenvolvida e, mesmo com nomes que nitidamente dão margem para ações de plágio, não sejam punidos por isso?
Os dois lados da indústria
A China é hoje um dos países que tem maior participação mundial na fabricação de produtos. Para se ter uma idéia, segundo dados da TDC Trade, o país é responsável por 75% dos relógios, 50% das câmeras digitais, 42% dos monitores e 35% dos celulares fabricados no mundo. E isso inclui os produtos originais que você tem na sua casa.
Tudo isso porque as grandes empresas, como a Apple, IBM, Motorola, LG e qualquer outra grande que você imaginar, terceirizam a fabricação de componentes e, muitas vezes, de uma linha de produção inteira, para subsidiárias chinesas.
Esses produtos são desenvolvidos sob a orientação da tecnologia de ponta vinda de fora, mas com a mão de obra e a matéria prima disponíveis na China. No início do processo, em geral, ele é supervisionado, para que seja garantida a qualidade desejada pela empresa que contratou o serviço. Mas nem sempre é assim.
Sabendo como fazer e com a mão de obra e a tecnologia para fabricação disponível, é natural que aconteçam alguns “vazamentos” de informação já que alguns podem se perguntar: se tenho tudo nas mãos para fazer um produto de ponta para os outros, porque não fazer algo similar, com outro nome, para ser vendido no mercado interno?
Assim, com pequenas alterações na configuração dos produtos, matéria prima de menor qualidade um nome similar e “vistas grossas” do governo, está montado o cenário para o surgimento de produtos que “parecem, mas não são originais”.
De quem é a culpa?
Não estamos dizendo que ninguém é santo. Esses acordos comerciais para desenvolvimento de produtos estão cercados de cláusulas e leis que, em tese, impedem qualquer um de dispor ao seu bel prazer do conhecimento fornecido.
Por outro lado, a falta de ética de algumas fabricantes faz com que algumas brechas contratuais sejam encontradas. Se forem alterados mais de cinco itens do projeto original, por menor que sejam, já é possível caracterizar o produto como diferente. Na prática é a mesma coisa, mas provar isso juridicamente é outra história.
Livres de qualquer marca ou acordo, os produtos “genéricos” pode apresentar uma dezena de funções combinadas, de vários produtos, que outros aparelhos não podem – ou não oferecem por não fazer nenhum sentido.
Imagine, por exemplo, porque uma operadora iria oferecer um celular com possibilidade de funcionamento com dois chips? Um seria o dela e o outro? Evidente que seria o da concorrente. Mas, para os fabricantes de genéricos, quanto maior o volume de vendas, melhor.
Se a tecnologia é a mesma, a qualidade também é?
Nem sempre. Embora o modo de fazer seja o mesmo, nem sempre a matéria prima utilizada é de melhor qualidade e, da mesma forma, também não seguidos à risca alguns procedimentos de controle de qualidade ou de testes para utilização do consumidor. Por isso, os prazos de garantia e a vida útil dos aparelhos, na maioria das vezes, são menores do que os aparelhos originais.
Vale a pena comprar um produtos como esse? Mais uma vez, depende. Alguns deles, como o cada vez mais popular MP11, trazem tantas funções que são capazes de deixar qualquer concorrente original de queixo caído. Celular com dois chips, televisão, rádio, mp3 player, câmera fotográfica, webcam, pendrive, filmadora... e tudo isso por um preço, em geral, bem abaixo do mercado. A oferta é tentadora.
Mas antes de comprar um genérico analise a sua necessidade. Não pense apenas no preço ou no número de funções. Pese fatores como menor tempo de garantia e falta de assistência técnica. Se você está comprando um aparelho para durar um bom tempo, talvez não seja uma boa escolha. Agora se você está comprando um, pensando em trocar pelo modelo mais novo daqui seis meses, por que não considerar algo do gênero?
Antes de comprar
Se você for adquirir um produto genérico, ao menos atente para alguns detalhes importantes antes da compra. O mesmo vale para qualquer aquisição de produto original que você fizer.
- Verifique se o aparelho realmente oferece tudo que promete e, se possível, teste-o antes da compra;
- Verifique quais são os prazos de garantia (e o que está incluído nela) da loja e do fabricante e, em caso de defeito, se o produto possui assistência técnica na sua cidade;
- Converse com outras pessoas que tenham adquirido um produto igual ao seu e veja a opinião deles. Se não conhecer ninguém, procure em fóruns e rede sociais na internet.
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