Más notícias para os adolescentes que não conseguem desgrudar do celular nem na hora de dormir. Um novo estudo publicado no Journal of Child Neurology indica que ficar trocando mensagens de texto na hora de dormir pode resultar não apenas em mais alunos sonolentos durante as aulas, mas também na queda de seu desempenho e, por consequência, de suas notas.
O motivo para isso, segundo pesquisadores da Rutgers New Jersey Medical School, seria bastante óbvio. O fato é que, usando smartphones para conversar antes de dormir, acabamos adormecendo mais tarde e acordando mais tarde; basicamente, vamos contra nosso próprio ritmo natural, o que nos faz menos eficientes.
“Nós temos que estar cientes de que adolescentes estão usando dispositivos eletrônicos excessivamente e têm uma fisiologia única”, explicou a professora de neurosciência e neurologia Xue Ming, autora do estudo. “Eles tendem a ir dormir tarde e levantar tarde. Quando eles vão contra seu ritmo natural, se tornam menos eficientes”.
Quanto mais mensagens ao deitar, pior o sono
O estudo, feito com base em pesquisas realizadas em três colégios de Nova Jersey, avaliou 1.537 pessoas, trazendo dados como a duração da troca de mensagens e se elas ocorreram antes ou depois de apagar as luzes. As informações revelaram que alunos que desligaram seus aparelhos ou trocaram mensagens por menos de meia hora depois do apagar das luzes tiveram uma melhor performance na escola em comparação à daqueles que passavam mais tempo trocando mensagens.
Felizmente, quem só usa o celular antes de apagar as luzes não sofreu nada em seu desempenho acadêmico. Como resultado, as meninas, que praticamente só trocam mensagens antes de apagar as luzes, apresentaram melhores notas durante as aulas – mesmo que costumem mandar mais mensagens durante o dia e sofram mais com o sono durante o dia.
Uma disputa antiga
Vale notar que essa não é nem de longe a primeira vez que pesquisas apontaram efeitos negativos em quem exagera no uso do celular antes de dormir. Um estudo de setembro de 2015, por exemplo, revelou que o brilho da tela dos eletrônicos é pior do que os efeitos de tomar café antes de dormir.
Reforçando os dados dessa pesquisa, temos ainda um estudo que revelou que usar o celular antes de dormir faz com que não consigamos nos “desligar” apropriadamente e ter um sono tranquilo – algo também apontado por Xue, vale dizer. É a primeira vez, no entanto, que temos uma análise com foco nos efeitos de enviar textos.
“Quando nós apagamos as luzes, devemos fazer uma transição gradual da vigília ao sono”, explica Xue. “Se uma pessoa continua recebendo mensagens de texto com alertas e emissão de luz, isso também pode atrapalhar seu ritmo circadiano. Sono REM é o período do sono mais importante para o aprendizado, a consolidação de memória e ajustes sociais em adolescentes. Quando o cair no sono é atrasado, mas o horário de acordar, não, o sono REM vai ser interrompido, o que pode afetar o aprendizado e a memória.”
Xue também deixa claro que, embora aponte diversos problemas no uso da tecnologia na hora de dormir, ela também vê vários benefícios no uso de eletrônicos, visto que eles facilitam a comunicação e a colaboração em projetos escolares, bem como no estudo e na preparação para as aulas. O que não vale é atrasar sua hora de sono.
“Sono não é um luxo; é uma necessidade biológica. Adolescentes não estão recebendo a quantidade ótima de sono; eles devem receber oito horas e meia por noite”, disse ela, que também incentivou a adição de uma educação do sono no currículo escolar das escolas, além da mudança no início do horário de aula dos colégios para as 9 da manhã.
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