Para quem está habituado a utilizar o buscador Google para consultar informações, é quase uma ação automática ignorar os primeiros três ou quatro resultados das pesquisas, pois eles são propagandas pagas. Uma pequena caixa de texto dourada com a palavra “anúncio” ainda reforça essa ideia, mas parece que crianças e adolescentes não são capazes de perceber nem mesmo isso, de acordo com um estudo britânico.
O Escritório Federal de Comunicações – órgão responsável pela regulação das comunicações no Reino Unido, geralmente chamado apenas de Ofcom – encomendou uma pesquisa que mostra números intrigantes em relação a isso. De acordo com os dados levantados, apenas 31% dos jovens entre 12 e 15 anos sabe diferenciar um link de propaganda de um resultado de busca normal, que aparece logo em seguida.
Eles também tendem a confiar demais no buscador, já que 19% deles acreditam que todos os links apontados pelo Google são verdadeiros ou têm ligação direta com o tópico pesquisado. Entre as crianças, os resultados são ainda piores, pois apenas 16% dos participantes do estudo com idades entre os 8 e 11 anos sabem identificar um anúncio publicitário.
Esses enganos são compreensíveis, uma vez que ainda há muito que se aprender a respeito de como a internet funciona nesta idade, mas isso pode indicar que o Google e outros serviços online que exibem anúncios – como Twitter, Instagram, Facebook etc – não estão “sendo claros” o suficiente. Por mais que essa não seja uma ação intencional, ela pode ser vista por uma ótica diferente segundo a lei.
Alguém pode alegar que serviços como esse se aproveitam da ingenuidade das crianças para alavancar os números de acesso a páginas de anúncio, o que gera um lucro maior a quem estiver fornecendo tal acesso. Você provavelmente já leu alguma história sobre crianças que acidentalmente gastaram montes de dinheiro em jogos free-to-play no cartão de crédito dos pais e as empresas foram obrigadas a devolver tudo, não é verdade?
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