Há um velho ditado que diz: de boas intenções, o inferno está cheio. Essa frase parece se encaixar perfeitamente com um projeto recente encabeçado pelo PayPal. Há algum tempo, a empresa de pagamentos digitais resolveu incentivar seus usuários a utilizarem parte de seus fundos na plataforma para ajudar entidades e causas em necessidade. Uma motivação nobre, certo? O problema é que, aparentemente, as doações nem sempre chegam ao destino correto.
Calma, não se trata do PayPal desviando a grana arrecadada através do programa Giving Fund, mas sim de uma falha gravíssima no gerenciamento desse dinheiro. Segundo uma série de clientes que resolveram entrar com uma ação contra a companhia, o PayPal estava redirecionando as doações para outras organizações de caridade quando a entidade inicialmente agendada para receber a ajuda não tinha uma conta no serviço.
A ideia do projeto é boa, mas a execução deixa a desejar
De acordo com as diretrizes publicadas pela empresa em seu site, qualquer destinatário das doações que não se associar à plataforma dentro de 6 meses tem os fundos automaticamente repassados a alguma das mais de 1 milhão de organizações que fazem parte da iniciativa e estão dentro dessa exigência. O desconforto causado por essa regra vem do fato de que muitos dos colaboradores escolhem apoiar causas locais ou menores, nem sempre adeptas de soluções online de pagamento.
A coisa se agrava ainda mais quando as causas que recebem os fundos não são apoiadas pelos doadores
Um dos usuários por trás do processo, por exemplo, afirma que ele chegou a doar US$ 3.250 para 13 diferentes instituições de caridade, mas que a maioria esmagadora desse dinheiro foi redistribuída a outros endereços. A coisa se agrava ainda mais quando as causas que efetivamente recebem os fundos não são apoiadas – ou são até mesmo repudiadas – pelos doadores. Em um comunicado enviado ao New York Times, o PayPal afirma que o Giving Fund é um projeto de grande impacto social e que a empresa vai se defender das acusações.
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